Economia, Santa Maria da Feira

Reciclagem é «casamento» entre meio ambiente e a economia – secretário de Estado – Sta. Maria da Feira

A primeira instalação mundial de reciclagem de resíduos de cortiça, hoje inaugurada em Santa Maria da Feira, é «dos melhores exemplos» de congregação entre o meio ambiente e a economia, afirmou o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa.

«Há poucos ecossistemas semi-naturais no mundo que são verdadeiramente sustentáveis, que permitem uma actividade económica mantendo esse ecossistema e favorecendo a biodiversidade, a natureza e a floresta», disse aos jornalistas Humberto Rosa, no final de uma visita à nova instalação.

A unidade – pertencente ao grupo Amorim – vai transformar rolhas usadas em aglomerados para isolamentos, material para aeronáutica e caiaques, entre outros novos produtos de cortiça.

O secretário de Estado sublinhou que «acrescentar a capacidade de reciclar as rolhas aos resíduos de cortiça, que já eram reciclados de outra forma, é trazer mais um argumento em defesa da sustentabilidade».

Humberto Rosa adiantou que «há vedantes alternativos tentando implantar-se em lugar da rolha», mas «são todos eles insustentáveis».

«A cortiça vem da árvore e, por isso, é sustentável, daí este ser um dos melhores exemplos de um “casamento” entre economia e ambiente», acrescentou.

A receita proveniente das rolhas transformadas na unidade será uma das principais fontes de financiamento do projecto «Cuidar das partes comuns: Criar Bosques, Conservar a Biodiversidade».

O projecto desenvolvido pela Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza) visa criar e cuidar de bosques de espécies autóctones, árvores e arbustos originais da floresta portuguesa.

Os meios financeiros destinados a implementar a iniciativa derivam do «Green Cork», um programa de reciclagem de rolhas de cortiça, promovido desde Junho do passado ano pela Quercus em parceria com a Corticeira Amorim.

O movimento ambientalista procedeu hoje à entrega das primeiras 12 toneladas de rolhas recolhidas em hipermercados, hotéis, restaurantes, bares e centros comerciais.

«Foi dado mais um passo num projecto com ambições elevadas», disse o presidente da Quercus, Hélder Spínola, reafirmando que «no futuro há a possibilidade de “transportar” este modelo para fora do país».

A unidade, localizada em Mozelos, concelho de Santa Maria da Feira, é a única licenciada a nível mundial para reciclar resíduos de cortiça.

Pertencente à Amorim Cork Composites, a instalação «teve um investimento não significativo», segundo fonte da empresa que não avançou com montantes.

O presidente do conselho de administração da Corticeira Amorim, António Rios de Amorim, reconheceu que a iniciativa «é marcante» dentro da maior empresa mundial de produtos de cortiça, operando em países de todos os continentes.

«O projecto “Green Cork” é uma nova prática de reciclagem em que produtos que antes iam para os aterros dão agora origem a novos produtos», salientou António Rios de Amorim.

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