Cultura, Póvoa de Varzim

Carlos Quiroga e Alberto Serra em mais uma noite da Feira do Livro na Póvoa de Varzim

A Feira do Livro trouxe ao seu público, na passada sexta-feira, dois escritores muito queridos pelos poveiros: Carlos Quiroga e Alberto Serra. Ambos vêm participando no Correntes d’Escritas ao longo da sua história e, desta feita, estiveram no Largo do Passeio Alegre para apresentarem os seus mais recentes trabalhos.

A imagem de Portugal na Galiza, de Carlos Quiroga, foi elaborado num princípio para o Projeto “Portugal segundo os Países e Nações da Lusofonia. Um quase dicionário”, lançado em 2013 sob a coordenação geral de Ana Paula Tavares e José Eduardo Franco. O plano estava animado pela pretensão de pensar Portugal e contribuir para a reflexão crítica sobre a sua identidade, construída em boa parte na sua relação com os países de língua oficial portuguesa em cuja comunidade política, linguística e cultural se integra. Assim, pediu-se o envolvimento de diferentes investigadores dos países lusófonos que deviam elaborar uma investigação muito condensada do que se disse e se pensou no seu país, de maneira representativa e ilustrativa, sobre Portugal ao longo dos séculos da sua existência como nação. Atendendo o requerimento apontado, pretendeu-se conhecer as representações, imagens, estereótipos, opiniões e pareceres sobre Portugal e os portugueses na Galiza.

Quanto ao Peixe Babel trata-se de “uma intriga editorial nos alvores da internet. A busca de um indivíduo num enredo que tem a ver com tradução automática, Dom de Línguas e uma “máquina de falar”. O indivíduo procurado é o narrador de Inxala, livro que alguém chamado Luzia R achou relacionado com certas anotações e gravações que transcreveu e finalmente me enviou. Nunca contei que na origem daquele relato havia cartas emprestadas por outra senhora e a sorte repete-se. Agora notícias frescas do cadáver misterioso que aparecia em Lisboa. E do seu verdadeiro assassino. E indiretamente do protagonista daquela obra, que ambos obsessivamente procuram em Peixe Babel… E eu que decidi atender a demanda de Luzia, mulher que conheci alguns anos atrás durante uma pesquisa, arrumar e também publicar, nom sei se fago bem. Desvelo assim que nos factos anteriormente relatados havia mais veracidade do que ninguém na altura tinha suspeitado. O contraditório é que a revelação se faça a partir de tão desconcertantes anotações. Talvez só o conhecimento das próprias peripécias de Luzia completassem o quadro. Mas essa é outra história”.

Carlos Quiroga nasceu no Savinhao, província de Lugo. Licenciado em Filologia Galego-Portuguesa e em Filologia Hispânica, doutorou-se na Universidade de Santiago, onde atualmente é professor titular. Publicou vários livros, entre os quais G.O.N.G .–mais de vinte poemas globais e um prefácio esperançadoPeriferiasO Castelo da Lagoa de Antela,Venezianas ou Inxalá. Fundou e dirigiu várias revistas, realizou experiências no campo visual, e está representado em algumas antologias e publicações da Galiza, Brasil, Portugal, Alemanha ou Itália.

Alberto Serra preferiu deixar a apresentação do seu livro para Aurelino Costa, poeta poveiro, somente agradecendo o convite da organização para participar nesta edição da Feira do Livro. Alberto Serra, jornalista, documentarista, autor de documentários sobre grandes autores portugueses como José Saramago, Manuel António Pina, Mário Cesariny, nasceu em Barcelos em 1957. Dos cinco aos 17 anos viveu em Moçambique e, mais tarde, em Santarém. Trabalhou em grandes meios de comunicação social, como a TSF, a SIC e a RTP. Para que lado repousa a infância conta com prefácio de Afonso Cruz e é um regresso à poesia depois de Aparo do Demónio (2006) e Morrer Devagar (2012).

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