Estarreja, Sociedade

2ª Campanha arqueológica no Castro de Salreu, Estarreja

Entraram na última semana os trabalhos arqueológicos no Castro de Salreu iniciados no dia 11 de julho. A correr contra o tempo, uma equipa de 25 especialistas e voluntários, orientada por arqueólogos do Centro de Arqueologia de Arouca, tenta aprofundar a História do concelho estarrejense e a ocupação daquele local há dois mil e quinhentos anos atrás.

Nesta segunda campanha arqueológica, já foram encontrados mais vestígios da ocupação do local cinco séculos antes do nascimento de Jesus Cristo, “anterior à vinda dos romanos”, conforme explica Sara Almeida Silva, codiretora do projeto que está a ser levado a cabo no Castro de Salreu. “Restos de cabanas e coisas similares”, “cerâmicas” e “utensílios” têm sido retirados das sondagens realizadas. A responsável tem forte expectativas em encontrar “mais vestígios” durante estes dias. 

As escavações naquele importante sítio arqueológico do concelho foram iniciadas em 2011 e permitiram identificar importantes vestígios da ocupação do local há cerca de dois mil e quinhentos anos, designadamente restos das estruturas em pedra e terra que delimitavam o povoado e fragmentos de louça e outros objetos utilizados à época.

 Os trabalhos contam com o apoio da Câmara Municipal de Estarreja e têm associado um programa de voluntariado que reuniu participantes não só do concelho, como de municípios vizinhos e até do estrangeiro. É o caso de duas brasileiras que vieram propositadamente do Brasil para participar nesta campanha. Ana Paula, estudante de arqueologia do Rio de Janeiro, encontrou em Salreu a “oportunidade de aplicar tudo o que aprendi em dois anos de estudo na faculdade”.

 Mariana, arqueóloga, espera “contribuir para a história local e regional” neste projeto “bastante interessante” e que “pode levar ao desenvolvimento da Idade do Ferro entre o Douro e Vouga que ainda não está totalmente conhecida”.

 “Fazer o que se gosta” também levou Raquel Silva, antropóloga, a participar neste projeto como voluntária, que cumpre religiosamente o calendário das escavações, mesmo no dia em que se comemorou o seu aniversário.

 Bruno, bolseiro da Câmara Municipal e estudante de engenharia mecânica, está a gostar da experiência. “Estou a aprender coisas novas, que nunca iria aprender no meu curso. O saber não ocupa lugar”. Como salreense, considera importante contribuir e fazer alguma coisa pelo sítio onde vive.

 O voluntariado em escavações arqueológicas é um trabalho especializado, como é próprio de uma atividade científica, mas que qualquer um, com o devido enquadramento e apoio técnico de um especialista pode desempenhar.

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