Lar de centenas e centenas de seres vivos, o BioRia desperta em muitos a paixão pela natureza e observação de aves mas é também um verdadeiro laboratório vivo para investigadores. Os principais resultados de estudos científicos desenvolvidos pela Unidade de Vida Selvagem da Universidade de Aveiro (UA) serão divulgados na ObservaRia 2015 – Estarreja Birdwatching Fair por Carlos Fonseca na palestra “Baixo Vouga Lagunar – Laboratório vivo de investigação científica”, marcada para as 14h30 do primeiro dia do evento, 11 de abril, sábado.
A Unidade de Vida Selvagem esteve no terreno durante 4 anos para estudar espécies e o ecossistema deste verdadeiro santuário natural, que ao mesmo tempo serve de ponto de formação de jovens investigadores. Carlos Fonseca pretende “demonstrar que o ecossistema do Baixo Vouga tem um valor do ponto de vista da biodiversidade e espécies prioritárias” e transmitir que devemos “olhar para o espaço de forma diferente e integrada”, contribuindo para aprofundar o conhecimento e a preservação desta zona tão sensível que é a Ria de Aveiro e o Baixo Vouga Lagunar.
Biodiversidade dependente da presença humana
“Quem vai visitar o BioRia percebe que tem uma enorme diversidade animal e aquilo que os olhos veem tem um fundamento científico”, explica o coordenador da Unidade de Vida Selvagem do Departamento de Biologia da UA, que superintendeu os estudos realizados. Carlos Fonseca destaca as comunidades de carnívoros presentes nesta zona. “A população de lontras é muito saudável e o toirão, que em Portugal é pouco conhecido, vê-se com frequência e de dia em Estarreja”.
Espécies de aves emblemáticas como a garça-vermelha ou a água-sapeira, que detêm populações significativas em Estarreja, foram também alvo dos estudos realizados. Mas ainda “há muito por descobrir” e os trabalhos de investigação continuam nos campos do Baixo Vouga, agora incidindo sobre os insetos.
Carlos Fonseca sublinha que “alguma pressão humana mantém níveis de biodiversidade elevados”. Este é um “ecossistema muito especial” mas ao mesmo tempo “frágil e necessita da presença humana”, estando “dependente da agricultura praticada de uma forma sustentável”. O abandono dos campos é um motivo de preocupação pelos impactos que poderá causar na biodiversidade.
Região com estatuto singular
O estudo e conhecimento do património natural local constituem uma via para a conservação da biodiversidade existente indo de encontro aos objetivos do BioRia, projeto pioneiro de conservação da natureza e biodiversidade da Câmara Municipal de Estarreja, que neste milénio ousou “Virar o Concelho para a Ria”.
Aproveitando o potencial da nossa região e com o objetivo de promover o BioRia, a autarquia estarrejense realizou pela primeira vez a ObservaRia em 2014. O evento de cariz internacional vem sublinhar o estatuto singular da nossa região no contexto do “birdwatching” e do turismo de natureza.
Nos últimos 5 anos, o BioRia tem registado um aumento expressivo de visitantes, totalizando os 60 mil contabilizados só no Centro de Interpretação Ambiental (CIA), em Salreu. Calcula-se que número de visitantes anuais à Rede de Percursos BioRia (8 percursos – 50 kms) seja superior e que alcance os 24 mil por ano.
:: Mais informações sobre a ObservaRia 2015 neste link www.bioria.com/observaria
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