Um dos objetivos é concentrar a procura e a oferta de voluntários numa única bolsa. O BLVE – Banco Local de Voluntariado de Estarreja nasceu para promover, valorizar e qualificar o voluntariado no concelho. Os interessados podem efetuar a sua inscrição e fazer parte deste novo projeto municipal. O BLVE destina-se a voluntários, novos ou que já pratiquem esta atividade, e a instituições interessadas em desenvolver projetos de voluntariado. Funciona na Divisão de Educação, Cultura e Coesão Social, sediada na Casa Municipal da Cultura.
O BLVE foi apresentado por Elisa Borges, do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado durante a II Semana Estarreja Social, no início deste mês. Ao criar um serviço integrado, a Câmara Municipal de Estarreja cria as condições para disponibilizar informação, formação e apoios diversos às organizações e às pessoas voluntárias. “Os Bancos Locais de Voluntariado são plataformas que permitem a nível local organizar o voluntariado de uma forma mais eficaz”, explicou a representante nacional na sessão que teve lugar na Biblioteca Municipal.
Estarreja é um município com “pessoas interessadas em fazer voluntariado e há organizações interessadas em integrar voluntários”. Por isso, “estão criadas as condições para ser criado o BLV”, afirmou Elisa Borges. Agora, “está nas mãos das pessoas fazer dela uma atividade de excelência”.
Na abertura da sessão, o Presidente da Câmara Municipal, Diamantino Sabina, enumerava as “vantagens claras” da criação do BLVE. “Em Estarreja já existe um ou outro programa de voluntariado, informais, que têm vindo a dar os seus frutos”, contudo sentiu-se a necessidade de “haver um interface entre as entidades que pretendem que se faça voluntariado e os que querem ser voluntários”, acrescentando que “há muita gente que quer ser voluntário e não sabe onde”.
Diamantino Sabina está convicto que “havendo esta promoção e existindo este BLV vamos promover o voluntariado em Estarreja”, que poderá ser feito “nas mais vastíssimas áreas de atuação do Município, das IPSS e Associações”.
São indispensáveis os seguintes atributos, destacados por Elisa Borges: “motivação, disponibilidade, tempo livre e compromisso. Ser voluntário é dar de si próprio, é disponibilizar tempo, saber, competência e afeto. O voluntariado é uma atividade de afetos. Não é uma atividade remunerada, nem para adquirir experiência. É sempre feita em benefício de terceiros. Acabamos por adquirir competências, principalmente saber lidar com o outro”.
Ser Voluntário “faz bem à saúde”
Além do mais, “a OMS – Organização Mundial de Saúde diz que envelhecemos melhor. Os voluntários costumam dizer que não é gratificada mas é gratificante. Grande parte dos nossos problemas sucede porque estamos centrados em nós próprios. Quando estamos centrados nos outros as coisas têm uma dimensão diferente”, afirmou a representante do Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado.
Maria Simões faz voluntariado há 35 anos integrada na ASE – Associação de Solidariedade Estarrejense e garante que se vai inscrever no BLVE pois “dá continuidade à situação de voluntariado e podemos aproveitar a formação futura para nos tornarmos voluntários mais capazes”. Com quase quatro décadas de serviço à comunidade, esta estarrejense vai continuar a dar de si e do seu tempo. Esta é uma atividade que “conforta intimamente, dá uma certa vivência e podemos ser úteis às pessoas que necessitarem de nós”.
Patrícia Maia, em representação do Centro Paroquial de Pardilhó, referia que a sua instituição já acolhe alguns voluntários de uma forma informal e acredita que o BLV pode fazer a diferença encaminhando “mais voluntários e com formação”. Ao traçar um perfil adequado para determinada instituição específica, “acho que seria uma mais-valia. Às vezes as pessoas têm boa vontade, mas não têm perfil para estar com as crianças, deficientes ou idosos. Havendo um trabalho prévio de seleção acho que será uma mais-valia”.
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