Há cerca de 60 ou 70 anos atrás, a Feira de S. Simão, que se realizava no Sardoal, a 28 de outubro, tinha sempre uma clientela especial. Era esse o dia escolhido para a chegada dos “Capuchos”, como eram designados os grupos de homens e mulheres oriundos da Beira Baixa (zonas de Proença-a-Nova, Sertã e Oleiros) que para lá se deslocavam para a época da apanha da azeitona (que, muitas vezes, só terminava em meados janeiro seguinte, embora a grande permanência fosse apenas até vésperas de Natal).
Mas esta Feira é rica, também, pelas suas tradições e antiguidade. A sua origem perde-se no tempo, havendo registos documentais de que já se realizava antes de 1750. Em meados dos anos 70, do século passado, era uma das feiras mais importantes e concorridas de toda a região norte do Ribatejo.
De regresso ao presente, a Feira de S. Simão, também conhecida pela voz popular como “Feira da Fossa”, volta a ser a atração, trazendo às ruas principais da Vila de Sardoal, o bom sabor das castanhas, das nozes, das amêndoas e dos figos secos, entre outras delícias, no domingo, 28 de outubro.
Caracterizada pelas transações de cereais e de frutos secos, próprios deste período sazonal, a Feira de S. Simão é sempre uma festa, aliando a vertente de mercado a um âmbito mais vasto de convívio e animação. Referenciada por prestigiados historiadores locais, a Feira de S. Simão, ou da “Fossa” (embora a origem desta designação não seja consensual entre os especialistas), era a grande oportunidade da população concelhia, e não só, para adquirir roupa e calçado para o inverno que se aproximava, para o que se contava com algumas poupanças da ceifa e com o produto da venda de algumas aves, que as aldeãs, manhã cedo, vinham fazer, transportando-as em cestos à cabeça.
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