Cerca de 100 pessoas assistiram, na passada quarta-feira, a uma palestra sobre alcoolismo, em Alcoutim, com a presença do Dr. Álvaro Pereira e do Dr. António Camacho, médicos do Centro de Apoio aos Toxicodependentes de Olhão. Na moderação, o encontro contou com o médico e autarca Dr. Francisco Amaral.
Depois de uma breve introdução à história do alcoolismo, Dr. António Camacho aproveitou para desfazer na audiência alguma ideias feitas sobre o álcool, “não abre o apetite, não mata a sede, não aquece”.
“Por favor, nunca mais pensem que o alcoolismo é um vício”, avançou depois Dr. Álvaro Pereira, sublinhando o facto de o alcoolismo ser uma “doença do cérebro, como a alzheimer ou a esquizofrenia”.
Desmistificados alguns juízos sobre o álcool e sobre a doença, os médicos transmitiram ao auditório algumas ferramentas para ajudar o doente alcoólico a assumir-se e a querer tratar-se. “Podem passar-se muitos anos desde que o doente tem o problema até assumi-lo”, alertou o médico Álvaro Pereira, prevenindo a luta difícil e demorada. Neste contexto, Dr. Francisco Amaral combinou com os palestrantes uma formação, para dar às famílias alcoutenejas técnicas que as ajudassem neste processo.
“Há uma inconsciência do alcoolismo, quase coletiva”, declarava o autarca de Alcoutim, referindo que, muitas vezes, não basta o alcoólico não acordar, como as pessoas que o rodeiam já não acreditarem na sua recuperação. “Porque é que nos sensibilizamos tanto com hipertensos e diabéticos e com os alcoólicos deixamos andar?”, concluía o Dr. Álvaro Pereira, pedindo que estes doentes fossem verdadeiramente ajudados e que não se tivesse pena deles.
A partilha de experiências entre o público e os palestrantes fechou o encontro. Um contributo importante foi trazido pelo Dr. José Pepo, médico na Amareleja, que partilhou a sua experiência com esta comunidade, comprovando que o envolvimento e a responsabilização sociocultural ajudaram a combater o alcoolismo.
Se precisa de uma agência de marketing digital? Pode verificar a Livetech