Cultura, Tomar

Exposição de fotografia destapa o véu do Museu que vai mudar o centro de Tomar

Um dos problemas com que se debatem as cidades que possuem centros históricos, é encontrar a forma certa de os dinamizar, captando visitantes que de outra forma ficariam pelas franjas urbanas ou pelos equipamentos periféricos nas margens das auto-estradas.

Tomar tem também sofrido as vicissitudes decorrentes desta constatação, mas possui um trunfo que pode vir a fazer toda a diferença – o complexo dos moinhos e lagares da Levada, cujas obras de recuperação, apesar de morosas pela sua própria especificidade e pelos autênticos tesouros arqueológicos que puseram a descoberto, já hoje dão uma ideia de como toda a zona vai ser valorizada.

Situado entre o rio Nabão e o canal (levada de água) construído há séculos atrás para alimentar com energia hidráulica aqueles espaços pré-industriais, o futuro Museu da Levada terá capacidade para ser de facto esse pólo de atracção que dinamize o coração da cidade.

Para o percebermos nada como mergulhar no interior do espaço e da sua riqueza de memórias industriais. A exposição “Levada de Tomar: memória, trabalho, mudança”, da fotógrafa Rosa Reis, que está patente até 31 de março, na Galeria do IPT, do outro lado da rotunda comum futuro museu, permite isso mesmo.

 

O futuro Museu da Levada

 

A obra do Museu da Levada, cujo projecto é da autoria do arquitecto Cândido Chuva Gomes, decorre no âmbito do PIVUT – Programa Integrado de Valorização Urbana de Tomar, com um financiamento de 80 % através do Programa MaisCentro do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional, no âmbito das Parcerias para a Regeneração Urbana. A empreitada foi adjudicada pelo valor de 5.359.646,32 euros, mais IVA, à empresa Sociedade de Construções José Coutinho S.A.

A intervenção, definida pelo arquitecto Chuva Gomes, como “invisível”, pretende valorizar o património construído. Propõe uma “cuidadosa recuperação” das antigas indústrias, que serão agora transformadas num complexo museológico, respeitando os três núcleos homogéneos edificado: o primeiro compreende os Lagares do Alcaide Mor, do Secretário, de Martim Telles e o Lagar Novo, antigo refeitório da Mendes Godinho; um segundo núcleo homogéneo integra a Central Eléctrica, a Central dos Franceses e o edifício que alberga o posto de transformação; por fim, surge o núcleo que, na outra margem da levada, abarca o Moinho da Ordem, o Moinho “A Nabantina” e a Moagem “A Portuguesa.” Quer “A Nabantina”, quer “A Portuguesa” serão reabilitadas, transformando-se também num espaço museológico. Prevê-se ainda para esta parte do conjunto um Núcleo Interpretativo das Moagens.

As preciosas descobertas arqueológicas, em particular na zona do antigo Lagar da Cruz, mais recentemente usado como estacionamento, têm levado à reformulação do projecto de modo a valorizar todos os achados.

 


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