Na próxima quarta-feira, 15 de fevereiro, é assinalado o centenário do Farol do Penedo da Saudade, situado em São Pedro de Moel, concelho de Marinha Grande.
As comemorações são organizadas pela Capitania do Porto da Nazaré e pela Direção de Faróis e contam com o apoio da Câmara Municipal da Marinha Grande.
O programa das comemorações do Centenário do Farol do Penedo da Saudade (1912-2012) é o seguinte:
15 de fevereiro (quarta-feira)
10h30 | Cerimónia comemorativa a decorrer no Farol
Inauguração da exposição “Farol Penedo da Saudade: 100 anos a colorir o mar”
Descerramento de placa evocativa
Momento musical pelos alunos do 2.º ano do curso profissional de música da Escola Secundária Eng.º Acácio Calazans Duarte
De 15 de fevereiro a 4 de março
Farol aberto a visitas, entre as 14h00 e as 17h00
Farol com 100 anos
O Farol do Penedo da Saudade, situado 800 metros a Norte de S. Pedro de Moel, entrou em funcionamento a 15 de fevereiro de 1912.
Tem uma torre com 32 metros de altura e fica situado a uma altitude de 55 metros. De março de 1916 a dezembro de 1919, o farol esteve apagado devido à I Grande Guerra.
Inicialmente foi instalado um aparelho ótico de 3ª ordem, grande modelo (500mm de distância focal), com a rotação da ótica produzida por uma máquina de relojoaria. A fonte luminosa utilizada era a incandescência pelo vapor de petróleo.
A ótica primitiva não se manteria no farol por muito tempo, visto que foi deslocada para o novo farol do Cabo Mondego. De 3 de março a 27 de julho de 1921, o farol esteve novamente apagado para substituição da referida ótica. O aparelho lenticular então instalado foi também de 3ª ordem, grande modelo, dando grupos de dois relâmpagos.
O farol foi dotado de energia elétrica com a instalação de grupos eletrogéneos em 1947, só vindo a ser ligado à rede de distribuição pública de energia em 1980, ano em que foi iniciada também a sua automatização. A potência da lâmpada utilizada no farol, que em 1947 era de 6000 watts, foi sendo progressivamente reduzida para os atuais 1000 watts.
Lenda do Penedo da Saudade
O Farol do Penedo da Saudade, situa-se no Penedo da Saudade, em São Pedro de Moel.
As arribas rochosas onde este penedo se destaca, conferem características únicas às praias situadas entre São Pedro de Moel e a Praia Velha. Nesta zona é possível observar flores de um rosa lilás que os marinhenses designam por “flores da saudade” e que lhe dão um colorido inigualável.
Do amor entre duas pessoas e do sentimento de perda que uma sentiu após a morte da outra, surgiu a “Lenda do Penedo da Saudade”.
Lenda do Penedo da Saudade:
Os marqueses de Vila Real foram donos de Moher, hoje denominado São Pedro de Moel (…).
O Duque de Caminha, D. Miguel Luís de Menezes, filho do Marquês de Vila Real, vivia feliz em Moher com a sua jovem esposa, a Duquesa D. Juliana Máxima de Faro, filha dos Condes de Faro.
Num dos seus passeios a cavalo, nas arribas junto ao mar, pararam os dois sobre o promontório. Como estavam muito enamorados, ali fizeram as suas juras de amor eterno e expressaram o seu carinho.
Naquele local, misturadas com o mato nasciam pequenas e belas flores cor-de-rosa, eram tão raras que só se encontravam naquele sítio, e o duque gostava de oferecer raminhos destas flores à sua esposa. (…) Para eles este sítio era maravilhoso, um verdadeiro paraíso. Tiveram de regressar a Lisboa.
Tinha-se dado a Restauração de Portugal e era nosso rei D. João IV. O título de duque de Caminha tinha sido dado a D. Miguel pelo Rei Filipe III e D. João IV tinha-lho confirmado em 1641.
O pai do duque, o marquês de Vila Real, a quem o rei D. João IV tinha também confirmado o título e concedido o lugar de Conselheiro de Estado, não estava satisfeito e começou, junto com outros, a conspirar contra o rei. Fez então uma reunião (…) e pediu ao filho que estivesse presente. O filho participou nesta reunião para dissuadir o pai das intenções que este tinha contra o rei.
No dia seguinte, o rei já sabia de tudo e mandou prender todos os participantes nessa reunião. A duquesa bem pediu ao rei que perdoasse o seu marido, mas este não lhe concedeu o perdão.
Foi-lhe sentenciada (…) a pena morte.
No dia a seguir à execução do duque, a duquesa veio para a praia de Moher, pois só ali podia recordar os mais belos momentos da sua vida. Decidiu nesse momento, ir passear para aquele penedo sempre que o tempo lho permitisse.
Ali estavam em seu redor as belas flores rosas e perfumadas que o seu amado lhe oferecia. A estas flores a duquesa deu o nome de Saudades, e ao local o nome de Penedo da Saudade.
(in Cheiros e Sabores das Nossas Terras – Projeto 4 Cidades – Outubro de 2004)
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