Economia

EXPONOR dá expressividade à produção made in Portugal

Uma coleção inovadora de cadeiras amigas do ambiente, forradas com tecido de cortiça; uma empresa que desenha secretárias para a presidência de Angola; uma linha de tapetes assinada por Siza Vieira; e um expositor que inova na área do brinde, ao adaptar as suas carteiras (torna-las mais pequenas…) a um novo contexto social, o cartão único – são apenas alguns exemplos de empresas produtoras portuguesas (Fenabel, Cormar, Ferreira de Sá e J.M Inácio) que estão aptas a agarrar as oportunidades do mercado global do mobiliário e da decoração.

A partir da próxima semana, de quarta-feira a domingo, a EXPONOR acolhe, pela primeira vez, no mesmo espaço e tempo, o melhor do mobiliário e da decoração, com a realização da EXPORT HOME – Mobiliário, Iluminação, Têxteis-lar e Artigos de Casa para a Exportação e da INTERDECORAÇÃO – Casa, Hotelaria, Decoração e Brinde, numa edição que conta com a participação de 250 empresas e estima receber 24.000 visitas, sendo que mais de mil serão compradores internacionais.

Mobiliário cresce nas exportações nacionais

Numa conjuntura económica interna particularmente difícil, as empresas portuguesas do sector encontraram no mercado internacional uma forma de responder aos novos desafios, contribuindo desse modo de forma positiva para o equilíbrio das contas externas e seguindo as diretivas do atual Governo.

A internacionalização é encarada por muitas empresas portuguesas, como fator determinante para seu sucesso. Na EXPORT HOME e na INTERDECORAÇÃO «abundam os casos de empresas cujas cifras dos valores das exportações atingem os 80%», refere Amélia Monteiro, diretora das feiras de decoração e mobiliário.

A Gualtorres (fabrico de mobiliário), que iniciou o processo de internacionalização há quatro anos, é um desses exemplos, colocando no mercado externo oitenta por cento do que fabrica. No caso da Douroestofo, empresa vocacionada para o fabrico de estofos, o mercado europeu absorve 75% do que produz e, no último ano, já atingiu 10% das vendas para o continente americano.

A Anaric, que se dedica ao fabrico de sofás, consegue colocar lá fora mais de metade da sua produção. Já Damaceno e Antunes e a Henriques e Rodrigues, que atuam no segmento dos têxteis-lar, exportam para vários países, desde a Europa à Ásia, diversificando os mercados.

Na área dos artigos de decoração e do brinde também há exemplos de expositores darem cartas lá fora: a Castelbel, que coloca os seus sabonetes artesanais em grandes cadeias internacionais, como é o caso do Harrods (EUA); a Green Apple – uma empresa com capitais 100% portugueses, que optou pelo nome em inglês para servir a sua vocação exportadora; e, por último, a J.M Inácio, que cria e adapta as suas coleções aos gostos e preferências dos diferentes mercados onde opera.

São casos e números que asseveram os últimos dados editados num estudo da AEP (Associação Empresarial de Portugal), subordinado ao sector do mobiliário, que apontam para «um acréscimo do peso das exportações do sector nas exportações nacionais (passou de 0,8% em 2007 para 1,1% em 2010)», acrescentando ainda que a evolução positiva das vendas ao exterior nos últimos anos não estará dissociada do «desenvolvimento tecnológico e da flexibilidade na produção, que têm permitido desenvolver uma capacidade de apresentar novos produtos e estilos, a par de uma grande diversidade de produtos» (leia estudo na íntegra em www.exporthome.exponor.pt).

Design na fila da frente

A par com a internacionalização, o design constitui fator diferenciador de muitas empresas nos mercados. Ao longo das várias edições, a organização das feiras de mobiliário e decoração tem incentivado atividades paralelas que dão expressão ao design português. A atribuição do Prémio Design EXPORT HOME, numa iniciativa da AEParedes (Associação Empresarial de Paredes), e a exposição “O Design por Arquitectos”, sob a chancela da Ordem dos Arquitectos do Porto, que visam valorizar a importância do design enquanto fator decisivo de competitividade e de sucesso.

Comissariada pelo arquiteto Roberto Cremascoli, a exposição integra mais de 120 peças de mobiliário, iluminação, acessórios de casa de banho e objetos de decoração. A maioria (perto de 60) são peças do arquiteto Siza Vieira, mas também há trabalhos assinados por Adalberto Dias, José Carvalho, Paula Santos, Bárbara Rangel, José Brandão, André Campos, Souto de Moura, Pedro Mendes, Nuno Brandão Costa, Pedro Ramalho, Araújo Silva, António Marques, João Carreira, Alcino Soutinho, Rui Grazina e Fernando Távora. «A mostra revela um trajeto geracional, da cidade dos Pritzer, que começa em Távora, passa por Siza e Souto Moura e inclui ainda algumas peças da nova geração», adianta Cremascoli.

Informações Úteis:

24.ª edição da EXPORT HOME – Mobiliário, Iluminação e Artigos de Casa para Exportação

14.ª edição da INTERDECORAÇÃO – Casa, Hotelaria, Decoração e Brinde

Data: De 15 a 19 e Fevereiro 2012

Horário: 10 – 20 horas

Local e organização: EXPONOR –  Feira Internacional do Porto

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