A exposição Aerograma, composta por desenhos de Manuel Botelho, vai estar em exibição na Galeria de Exposições Augusto Cabrita, no Fórum Cultural do Seixal, de 10 de Setembro a 12 de Novembro.
Nesta série de trabalhos, Manuel Botelho transforma e desenvolve o aerograma, antigo suporte de mensagens utilizado pelas Forças Armadas Portuguesas em tempo de guerra colonial, cruzando o desenho com a escrita, num universo de confronto entre a iconografia e a citação.
A obra de Botelho é uma meditação sobre Portugal e sobre o seu próprio trabalho de pintor e tem sido marcada por interrogações que colocaram em causa o exercício da pintura e desenho por parte do autor. Em 2006, interrompeu mesmo essa actividade, argumentando que «a pintura e o desenho eram incapazes de traduzir com eficácia o universo temático que tinha em mente».
Nos anos que se seguiram Botelho fez fotografia e coleccionou, na Feira da Ladra, os mais diversos objectos e documentos, entre eles os aerogramas, que acabaram por o reconduzir ao desenho.
No Seixal, será possível apreciar o resultado do trabalho de Botelho na transformação e desenvolvimento desses documentos, em interpretações marcadas pela interacção entre texto e imagem, onde o texto caligrafado cita quase sempre cartas de soldados para casa, alguns deles bem conhecidos, como o romancista António Lobo Antunes ou Mário Beja Santos, memorialista da guerra na Guiné.
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