Deolinda Carneiro, Directora do Museu Municipal, e José Flores, Arqueólogo Municipal, são os autores da mais recente edição municipal apresentada ao público na passada sexta-feira à noite, 22 de Julho.
Recriações históricas na Póvoa de Varzim é o título do livro que apresenta uma súmula das recriações históricas que ocorreram no concelho, entre 2007 e 2010. As actividades são descritas, essencialmente, através de fotografias, complementadas com alguns textos explicativos sobre os fundamentos históricos das recriações.
Luís Diamantino, Vereador do Pelouro da Cultura, disse que a edição “em boa hora apareceu” e nela podemos identificar “as várias pessoas que participaram, sentindo que fizemos e fazemos parte do livro e, em algum momento, da história da Póvoa de Varzim. Nele está representado um espaço onde os figurantes somos todos nós, no desfilar do que era a Póvoa”. Para o autarca é possível identificar alguns momentos que se interceptam: o plano pedagógico, através dos textos é visível a preocupação dos autores no estudo e análise do modo de viver dos povos representados e, por outro lado, o modo activo como a comunidade participou nas recriações deixando transparecer que se sente parte daquilo que está a representar e que as fotografias tão bem transmitem. “Este livro é um testemunho para o futuro que irá contribuir para o enriquecimento da nossa memória colectiva”, concluiu.
Paulo Costa Pinto, Arqueólogo e Director do Centro de Memória de Vila do Conde, referiu-se à publicação como “um belíssimo testemunho de textos e fotos que confere dignidade às actividades que foram desenvolvidas”. O doutorando em Museologia afirmou que o facto de “o livro incluir textos dos clássicos só demonstra a investigação e concepção rigorosa que precederam as recriações”. Referiu-se ainda à opção dos autores em incluírem um texto de Monsenhor Manuel Amorim para homenagear e evocar este historiador. Quanto às fotografias, o investigador disse que “ilustram magnificamente os eventos retratando a capacidade técnica e sensibilidade de José Flores, capazes de captar a alma e alegria das pessoas que participam”. “Os eventos apresentados são notáveis no rigor e todos bastante participados”, constatou, destacando a presença do executivo camarário.
Para Paulo Costa Pinto, “os cortejos etnográficos contribuem para preservar a memória do modo de viver das diferentes épocas que as pessoas não tinham noção como eram”. O Arqueólogo considera que “há necessidade de fortalecer identidades e expressar a nossa identidade aos turistas, sendo que o Turismo é um dos mais importantes movimentos culturais da História”.
Deolinda Carneiro e José Flores explicaram que houve um trabalho de pesquisa muito aprofundado e rigoroso, nomeadamente: análise cuidada de todas as representações escultóricas da época, tanto dos trajes como das armas e defesas pessoais; recolha de toda a informação disponível nos textos clássicos que se referem à nossa região; recolha metódica de documentos históricos, arqueológicos, entre outros. Esclareceram que tentaram seguir os padrões e tomar opções conscientes para tentar reproduzir os trajes, as armas e outros objectos do quotidiano.
“Parecia que estávamos a pôr a História no nosso dia-a-dia”, expressou José Flores recordando momentos que não esquece e pessoas que participaram com muita vontade, nomeadamente, população de Terroso e de Rates.
Deolinda Carneiro revelou que “foi muito difícil seleccionar as fotografias para o livro mas tivemos que limitar a escolha, tentando destacar quem colaborou connosco em diversas actividades”.
“Tornar os sítios vivos e participados” é um dos objectivos dos dinamizadores das recriações históricas no concelho.
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