Nuno Brito, escritor com fortes ligações familiares a Arouca, apresenta o seu livro «Antologia», no decurso de um périplo de intelectuais brasileiros pelo nosso país. A apresentação ocorre a 15 de Junho, às 18:00, na Biblioteca Municipal de Arouca, com a presença do Professor Doutor Arnaldo Saraiva. «Viagens às nascentes da Língua Portuguesa: Turismo Cultural; Solidariedade com Portugal» é o mote para esta visita, que traz a Lisboa, ao Porto e à Galiza um grupo de notáveis das artes e letras do Brasil, com o objectivo de se enriquecerem «pela diversidade e pela riqueza cultural experimentada, com uma língua que nos une». Victor Alegria, ilustre arouquense, editor e livreiro, radicado em Brasília há quase 50 anos, lidera esta comitiva, que dedica o dia 15 de Junho, em exclusivo, a Arouca.
«Antologia», da autoria de Nuno Brito, revela, nas palavras de Arnaldo Saraiva, «versos em espaços inusitados, entre estrofes, linhas e pontinhos de diferente extensão, grafias bizarras ou expressivas», revelando, já, uma «poderosa personalidade poética».
Nuno Brito nasceu no Porto, em 1981. É licenciado em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde fez a pós-graduação em História Medieval e do Renascimento, e o curso de formação contínua em Teoria da Literatura. Frequentou o Instituto de Estudos Medievais, em Roma, onde realizou estudos sobre Pedro Abelardo.
Em 2008, foi seleccionado para o Concurso Jovens Criadores, na categoria de Literatura. No mesmo ano, obteve o primeiro prémio no Concurso Literário da UP (poesia), obtendo, no ano seguinte, o primeiro prémio na categoria de conto. Em 2009, publicou a obra de poesia «Delírio Húngaro», e foi publicado em várias revistas de literatura nacionais e estrangeiras.
Victor Alegria, verdadeiro «guerreiro da cultura», é o responsável por esta edição. Nascido em Arouca, agraciado com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, é o rosto da editora e livraria «Thesaurus». Ainda enquanto estudante de Direito, no Porto, esteve na linha da frente contra a ditadura salazarista, tendo sido preso pela PIDE e julgado pela sua actividade cultural. Aos 26 anos, em 1963, exila-se no Brasil, onde volta a viver a realidade ditatorial.
A sua editora «Coordenada», através da qual importava livros portugueses, sempre com grandes dificuldades e em defesa da liberdade de pensamento, foi destruída pelos militares brasileiros. Sem desistir, em 1965 funda a livraria «Encontro», que se afirma como ponto de encontro dos resistentes e foco de cultura. Em 1977, funda a «Thesaurus», onde dá asas, ainda hoje, ao seu espírito inquieto. É responsável pela edição de mais de 2000 obras literárias, tendo doado muitas delas à Biblioteca Nacional de Brasília.
Arouca, Cultura
Autor arouquense apresenta livro durante périplo de intelectuais brasileiros – Arouca
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