Brincando ao faz-de-conta – Dramatologia Infanto-juvenil é o título do livro e a edição é da responsabilidade do Município de Cantanhede. Trata-se de uma colectânea de peças de teatro da autoria de Natália Queirós e que têm servido de base ao trabalho da antiga juíza do Tribunal de Cantanhede como directora artística e encenadora do Grupo de Teatro Infanto-Juvenil da Biblioteca Municipal de Cantanhede, cuja fundação, em 2004, no âmbito do projecto “O Recreio ao Serviço da Cultura”, de sua responsabilidade. O lançamento editorial decorreu na Biblioteca Municipal, ontem, 28 de Novembro, com a presença de cerca de 100 pessoas, entre as quais muitos amigos e admiradores da autora, bem como crianças e jovens actores do grupo de teatro e respectivas famílias.
Na mesa de honra, Natália Queirós esteve acompanhada da Vice-Presidente da Câmara, Helena Teodósio, e de Cidalino Madaleno, a quem coube a apresentação do livro que tem o prefácio com a sua assinatura. Aí se lê que «a ideia de que escrever pode ser um acto de amor encontra consubstanciação no desvelo com que Natália Queirós trabalha os seus textos em função de cada criança, como os faz acolher as suas diferenças, atender às suas expectativas e libertar a sua criatividade». Para Cidalino Madaleno “acompanhar, de perto, a sua aventura [no do Grupo de Teatro Infanto-Juvenil do Município de Cantanhede] é um imenso privilégio. (…) É perceber que se pode brincar ao teatro fazendo-se teatro a sério e que pequenos actores não são actores “menores». É apreender que, mesmo quando o faz-de-conta é o âmago do espectáculo, este não é nunca um espectáculo de faz-de-conta…» E a concluir refere que, ao dar à estampa alguns dos textos originais que suportaram o projecto, «Natália Queirós realiza um significativo acto de cidadania, prestando contributo num domínio em que, sendo escasso o trabalho desenvolvido no nosso país, é urgente fazer algo de substancioso».
Na mesma linha foi a intervenção da Vice-Presidente da Câmara de Cantanhede, que salientou «a reconhecida qualidade literária das narrativas que construiu e pela sua dimensão lúdica/pedagógica, mas sem esquecer também que se trata de uma colecção de textos que estiveram na base de uma acção de dinamização cultural absolutamente exemplar e a todos os títulos notável com o Grupo de Teatro Infanto-Juvenil do Município de Cantanhede».
Helena Teodósio atribuiu «grande alcance educativo e cultural a “Brincando ao Faz-de-Conta” e ao seu benefício para crianças e jovens», destacando o valor intrínseco dos textos, «fruto do notável trabalho de dramatização de Natália Queirós, a partir da exploração de conceitos fundamentais para a formação da consciência crítica dos mais novos e para o desenvolvimento do seu sentido cívico na assunção plena dos deveres de cidadania». E, a terminar, a Vice-Presidente da Câmara deu os parabéns à autora pela edição do livro e também por fazer 70 anos no dia da apresentação editorial. «Sei que hoje é o dia do seu aniversário e permita-me que a felicite pela sua admirável história de vida, pela sua inesgotável vitalidade e força interior que vai perdurar por muitos mais», concluiu.
Sobre “Brincando ao Faz-de-Conta”, a sua autora refere na nota de abertura que «volvidos seis anos e materializado o sonho do projecto de colaboração educativo-cultural ‒ O Recreio ao Serviço da Cultura ‒ com treze peças levadas à cena em mais de sessenta espectáculos para o público, em geral, e para as escolas, em particular» foi alimentando um outro sonho, o sonho de «suprir a lacuna da nossa literatura, criando e escrevendo as respectivas peças e aqui está, digamos, a sequela literária do sonho!…» Natália Queirós refere ainda que «se este modesto contributo literário lograr vir a ser útil nos lazeres de outros jovens e grupos numa ocupação sã e educativa, considero cumprida a missão do meu sonho» e termina agradecendo «a todos os que me vêm permitindo manter a crença na importância de alimentar e orientar a capacidade de sonhar dos nossos jovens».
O Grupo de Teatro Infanto-Juvenil da Biblioteca Municipal de Cantanhede surgiu em Junho de 2004, por iniciativa de Natália Queirós que, após a jubilação da sua função de magistrada no Tribunal de Cantanhede, tem estado envolvida em diversas acções de dinamização cultural na cidade. Desde a sua fundação, o grupo já realizou 65 sessões de 13 espectáculos diferentes, aos quais assistiram cerca de 8.000 pessoas, sobretudo crianças. Integra presentemente 15 elementos com idades compreendidas entre os 5 e 16 anos. Entretanto, alguns dos elementos mais antigos foram saindo, em função dos seus interesses e ocupações, no decurso de um processo de renovação em que foram entrando outros jovens actores.
Numa apreciação à actividade do grupo a sua directora adiantava que «o importante é que todos quantos têm estado envolvidos nesta actividade lúdico-cultural se sintam bem e levem da sua participação uma boa memória. Se a par disso lhes ficar algo, como o desenvolvimento da auto-estima, da auto-confiança e o interesse pelos valores culturais, então valeu a pena. Numa sociedade pejada de dificuldades afigura-se-nos que tais valores não serão despiciendos na formação das crianças e, sendo assim, este projecto, ainda que modesto, segundo a motivação que nos assiste, terá conseguido o seu objectivo».
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