A 5 de Outubro assinala-se o Centenário da Implantação da República. Na Póvoa de Varzim a efeméride merecerá a organização de um conjunto de iniciativas que irão decorrer em vários locais da cidade, no âmbito do programa comemorativo “Na Maré da República”.
Os vários eventos em agenda, que incluem exposições, mostras documentais e ainda uma conferência, contribuem para que mais factos se conheçam sobre este conturbado período da História de Portugal, mais especificamente sobre a forma como a Póvoa de Varzim viveu esses acontecimentos. Todas as iniciativas são de entrada livre e uma oportunidade a não perder. Aceite a nossa sugestão e comece este roteiro histórico com a visita às três exposições que, às 15h00, são inauguradas no Arquivo, na Biblioteca e no Museu Municipais.
“Testemunhos da República no Arquivo Municipal” é uma mostra que “viaja” até à Póvoa de Varzim de 1910 através de registos documentais, cuidadosamente preservados naquela que é a Casa da Memória Poveira. Na Biblioteca, “A Póvoa de Varzim na Maré da República” faz-se valer também da documentação ali preservada em colecções para dar a conhecer o período da 1ª República na Póvoa de Varzim, não esquecendo o movimento republicano poveiro que despontou em 1891 e seus protagonistas. A imprensa local assume particular destaque nesta exposição, pois é a principal fonte de informação sobre as lutas partidárias, a governação municipal e as transformações da paisagem urbana e ainda sobre a vida social e cultural poveira. Os problemas da pesca, o operariado e as greves, os fluxos migratórios e as consequências da 1ª Guerra Mundial na economia local também são abordados. Aos visitantes da exposição serão oferecidas reproduções de documentos históricos que marcaram a história da Póvoa de Varzim durante a 1ª República. “A República na Póvoa de Varzim. Da Monarquia ao Estado Novo” é o nome da exposição que estará patente no Museu Municipal, apresentando imagens e peças deste período. Mobiliário, faianças, trajes, fotografias e artefactos de uso corrente, são alguns dos objectos expostos, retratando um período que vai desde a primeira revolta republicana, a 31 de Janeiro de 1891, até ao 28 de Maio de 1926, altura em que a República é substituída pela Ditadura Militar. Especial relevo será dado a Santos Graça, que, para além de fundador do Museu da Póvoa e autor de valiosa bibliografia local, teve um especial papel na implantação da república e na administração do município republicano da Póvoa de Varzim.
Por último, o 5 de Outubro termina com a conferência proferida por João Francisco Marques, às 17h00, no Salão Nobre. João Francisco Marques nasceu a 9 de Janeiro de 1929, na Póvoa de Varzim, estudou humanidades, filosofia e teologia nos Seminários Arquidiocesanos de Braga. Licenciado e doutorado em História pela Universidade do Porto e professor catedrático, foi catedrático de nomeação definitiva até à jubilação (1993-1999), na Faculdade de Letras do Porto. As suas investigações e estudos centram-se nas áreas da história das mentalidades, das ideias, da oratória sagrada, da espiritualidade, da apologética, da missionação ultramarina, da religiosidade popular, da cultura e da literatura portuguesa. Tem mais de uma centena de trabalhos dispersos em revistas científicas e inseridos em obras editadas no Brasil, Espanha, França, Itália.
Esta conferência, assim com as anteriores que trouxeram à Póvoa Mário Soares, Artur Santos Silva e António Nóvoa, são organizadas em parceria com o jornal “O Comércio da Póvoa de Varzim”.
No entanto, as iniciativas organizadas no âmbito do Centenário da Implantação da República não se ficam por aqui. No Diana Bar, e entre 1 e 15 de Outubro, decorre uma mostra documental sobre a Implantação da República, que consiste no destaque, em pontos estratégicos, de literatura sobre o tema. E entre os dias 5 e 15 o espaço recebe a exposição “Letras e Cores, Ideias e Autores da República”, da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), em colaboração com a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República. A partir de textos de autores que marcaram decisivamente a cultura humanístico-literária em Portugal no final do século XIX e início do século XX, dez ilustradores (João Vaz de Carvalho, Afonso Cruz, Bernardo Carvalho, Marta Torrão, Teresa Lima, Rachel Caiano, Jorge Miguel, Carla Nazareth, Gémeo Luís, Alex Gozblau) foram convidados a tratar plasticamente dez temas representativos do contexto social, político, cívico e cultural da época: Ultimatum, Monarquia, 5 de Outubro, Igreja, Educação, Mulheres, Modernismo, Grande Guerra, Chiado e Revistas. O resultado mostra de que forma literatura e arte, passado e presente, se podem cruzar de forma coerente e harmoniosa, dando corpo a um percurso fulcral da história portuguesa contemporânea: o triunfo da ideia republicana de cidadania, a instauração do regime, a participação de Portugal na I Grande Guerra e a vida política, social, cultural e artística deste período.
São estas as nossas sugestões mas “Na Maré da República” tem muito para oferecer. Visite o sítio oficial na Internet e mantenha-se a par deste programa comemorativo, desenvolvido no âmbito das comemorações oficiais, que envolve não só a Câmara Municipal, assim como instituições educativas, associações culturais, imprensa local, entre outras.
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