A chegada de médicos recém-formados aos centros de saúde de Santa Maria da Feira e de Arouca, dentro de quatro ou cinco anos, virá resolver as deficiências que ainda se verificam em termos de atendimento às populações, segundo realçou Dias Costa, o director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACS) de Arouca e Santa Maria da Feira.
«Com a formação de novos médicos, a médio prazo – dentro de quatro ou cinco anos -, a situação estabilizará», afirmou Dias Costa, referindo-se, em concreto, à falta de «médicos de família» nos dois centros de saúde, especialmente nas extensões situadas nas áreas rurais dos dois municípios.
O director executivo do ACS de Arouca e Feira explicou que «os tempos imediatos não serão fáceis», devido à falta de «recursos médicos, e até de enfermeiros».
«Vamos mitigando determinadas dificuldades que surgem, mas não conseguimos resolver o problema», reconheceu.
Dias Costa definiu o ponto da situação no «território» sob sua responsabilidade, vincando que actualmente «os utentes inscritos em unidades de saúde familiar (USF) estão bem servidos», que «os utentes com médico de família – com lista adequada – estão razoavelmente servidos», que «os utentes com médicos de família – com listas demasiado alargadas – estão relativamente bem servidos» e que «os utentes sem médico de família estão mal servidos».
O responsável acrescentou que a falta de médicos tem sido minorada com o empenho dos médicos de família titulares, que têm assumido o papel de «reforços», deslocando-se às várias extensões para dar consulta. «Só que a oferta é muito reduzida face à procura», sublinhou.
O concelho de Arouca «está a passar por uma fase muito difícil, neste momento», realçou Dias Costa, que analisou o estado da saúde em cada um dos concelhos.
«No espaço de ano e meio perdemos cinco médicos», revelou, especificando que mais de 1.700 utentes arouquenses permanecem sem médico de família. Por outro lado, os médico do centro de saúde – nove no total – estão com listas muito alargadas: «há um com mais de 2.300 utentes», declarou.
A existência de um serviço urgência básica (SUB) é presentemente a grande mais-valia dos serviços de saúde em Arouca.
«O serviço de urgência melhorou muito – deixámos de ter o SAP (serviço de atendimento permanente) e passamos a ter um SUB, que além de ter melhores equipamentos registou um reforço da equipa em termos de quantidade e de qualidade», afirmou Costa.
A Urgência de Arouca conta com dois médicos, dois enfermeiros, serviço de radiologia «24 horas sobre 24 horas» e também serviço de análises. A equipa ainda integra um funcionário administrativo.
A realidade de Santa Maria da Feira, por seu lado, é marcada pela existência de oito USF, nas suas áreas mais urbanas, as quais, como testemunhou o responsável, prestam um serviço adequado e satisfatório aos seus utentes.
As dificuldades similares às verificadas no concelho de Arouca persistem «nas freguesias com características mais rurais, como Romariz, Milheirós de Poiares, Vale, Canedo e Lobão», que não dispõem de unidade de saúde familiar na sua área envolvente.
O clínico apontou, ainda, o «pequeno paradoxo» de Escapães – freguesia «colada» à cidade da Feira – ter «quase dois mil utentes sem médico de família».
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