Desporto, Santa Maria da Feira

Joaquim Andrade diz adeus, 40 anos e 21 voltas depois – Sta. Maria da Feira

Joaquim Andrade despediu-se domingo para sempre da Volta a Portugal em bicicleta, pelo menos a pedalar, no dia em que completou a sua 21ª edição consecutiva e ao mesmo tempo festejou 40 anos.

«Foram emoções fortes, a saber que era última etapa da Volta a Portugal de toda a minha vida, depois de todos estes anos», afirmou o corredor de Santa Maria da Feira, recordista de participações na prova rainha do ciclismo português.

Trata-se de uma registo com «sabor especial», porque «até à 18.ª ou 19.ª», Andrade, que concluiu todas as participações, «nem sabia quantas voltas tinha».

«Quando estava para atingir o marco das 20, após dois anos muito complicados, em que entrei na Volta com condições [físicas] mínimas, passou a ser um objectivo atingi-lo», acrescentou Andrade, que atingiu essa meta em 2008.

Ultrapassando a «frustração mínima» de nunca ter ganho a Volta, como o seu pai, Joaquim, em 1969, ano do seu nascimento, o corredor da LA-Rota dos Móveis sentiu então «condições para fazer uma época regular» e estendeu a carreira mais um ano.

«Acabei por fazer uma época positiva», atirou Joaquim Andrade, que completou a Volta a Portugal na 39ª posição, a 40 minutos do vencedor, Nuno Ribeiro, longe do 7º posto de 1995, que constitui o seu melhor resultado de sempre.

Terminar a Volta em dia de aniversário teve também «um sabor especial» para o «Velhote», alcunha pela qual é tratado no seio do pelotão, do qual deverá despedir-se no próximo mês, para depois equacionar um futuro de preferência ligado ao ciclismo.

«Depois da última prova, em Setembro, começarei a pensar como vai ser o futuro. Depois destes anos todos – nasci no meio da modalidade e cresci sempre junto das bicicletas – seria muito amargo sair deste meio», afirmou Andrade, que tem ainda na memória o episódio que o marcou o seu destino.

Essa «primeira imagem, a mais marcante, aconteceu numa Volta a Portugal», em que o pai era o líder: «Eu fui ao pódio e ele vestiu-me a camisola amarela. Devia ter uns seis anos. Ainda me lembro que a camisola amarela tinha o patrocínio do totobola, 1X2».

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