O jornalista e escritor Pedro Pinto esteve, ontem à tarde na Feira do Livro, na Póvoa de Varzim, para a apresentação do seu romance estreia O Último Bandeirante.
Na companhia do Vereador do Pelouro da Cultura, Luís Diamantino, e de Manuela Ribeiro, Pedro Pinto explicou como surgiu a ideia de escrever este livro relacionada com uma viagem que fez há uns anos ao Brasil e reflectindo também o gosto pela História e por grandes descobridores. “A escolha do tema e época retratados tiveram a ver sobretudo, com um quadro enorme do tamanho de toda uma parede, à entrada do Museu de Arte de São Paulo, e que me deixou fascinado com a dimensão da viagem, feita há 400 anos e sem meios por Raposo Tavares, debaixo de um ambiente físico impiedoso, numa Amazónia apaixonantemente bela mas agressiva”, esclareceu.
Depois de investigar os feitos de Raposo Tavares, Pedro Pinto concluiu que este português de Beja fez uma viagem épica de extrema dificuldade percorrendo 12 mil quilómetros, “uma história notável de capacidade humana capaz de engrandecer Portugal e os Portugueses, ao nível do que foi feito por grandes navegadores como Vasco da Gama e Bartolomeu Dias”, referiu.
Sendo O Último Bandeirante um romance com base histórica, Pedro Pinto afirmou que “história e ficção foram misturadas de forma muito verosímil na obra sendo, por vezes, difícil ao leitor identificá-las”. Sobre o enredo da história, o escritor disse que “foi sendo construído e alterado à medida que eu próprio me surpreendia com a teia de interesses sociais e económicos que marcavam o Brasil da época e que me levaram mais de um ano de investigação”. Pedro Pinto deteve-se, sobretudo, na corrida de morte entre Portugueses e Espanhóis que, embora debaixo do mesmo rei – em período filipino – cada um procurava expandir a sua influência naquelas terras. Havia uma profunda oposição entre jesuítas e bandeirantes: uns a espalhar a palavra de Deus aos indígenas, a tentar criar um verdadeiro Novo Mundo, na fé e na palavra de Deus, outros a destruir missões, a escravizar os índios e a tentar marcar território para Portugal, lembrou o jornalista.
Já no sábado à tarde, a Feira do Livro acolheu uma sessão de poesia protagonizada por Manuela Ribeiro, Vergílio Alberto Vieira e João Manuel Ribeiro, estes últimos autores da antologia poética Verso a Verso da Editora Trinta por uma Linha.
A antologia, que pertence à Colecção Rimas Traquinas, inclui textos de Amadeu Baptista, Francisco Duarte Mangas, João Manuel Ribeiro, Luísa Ducla Soares, Nuno Higino, José António Franco e Vergílio Alberto Vieira e ilustrações de João Concha.
A propósito de Verso a Verso – Antologia Poética, João Maria André refere, no blog da editora Trinta por uma Linha que: “É necessário que a poesia ajude a criança a criar o seu próprio mundo, a inventar um mundo que prolonga o mundo inventado pelos poetas, a saber usar a palavra como veículo para a invenção de mundos. E é esse também o mérito da antologia Verso a Verso. O que está no horizonte não são apenas os versos escritos por poetas. Verso a Verso não diz apenas respeito aos versos lidos nesta antologia. Verso a Verso é também um convite a que cada criança, a partir das suas palavras, com as suas palavras/objectos transicionais, seja capaz de fazer os seus mundos nesse casamento ideal de que falei no início: o casamento do princípio da realidade com o princípio da imaginação”.
E depois de um fim-de-semana entre o verso e o romance, a Feira do Livro recebe hoje, segunda-feira, 10, às 18h00, a apresentação do livro FDI – Fantásticos Detectives e Investigadores, um policial de João José e S. que convida os mais novos a aventurarem-se no mundo da investigação.
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