“Anjo do Montemuro” é o nome da peça de teatro que será exibida no próximo sábado, 2 de Maio, no âmbito da Temporada Teatral da Póvoa de Varzim, da responsabilidade do Varazim Teatro, com o apoio da autarquia.
Com início marcado para as 22h00, no Auditório Municipal, esta é uma peça de Peter Cann, trazida a cena pelo Teatro Regional da Serra de Montemuro. É a dramatização de uma lenda da região, que conta a história de um anjo que aparece na serra mas que não tem asas. “1755. A terra treme. O mar ruge. Ondas do tamanho de uma casa caiem sobre Lisboa. Corpos espalhados. O fedor a morte. Gritos de mágoa sem fim. Uma figura branca: Estava a dormir. A trave desabou sobre suas costas. Cortou-o quase ao meio.
Acordou. Dor. Sangue. Morri? Inferno? O que aconteceu? Onde estou? Onde está ela? Lágrimas de dor. Como aguentar esta chaga às costas? Perdido. Caminhar. Caminhar. Caminhar…
Deixou a cidade por trás e andou, descalço pela estrada fora. Não sentia as pedras a cortar os pés, o frio da noite, a ferida aberta que lhe atravessava as costas. Só comia quando alguma alma generosa lhe desse de comer. Bebia água dos ribeiros. Dormia nas valetas. Ficou fraco, cada vez mais fraco. A pele branca, quase transparente, como a camisa de dormir que ainda vestia. Passados muitos dias subiu a serra. Procurava o fim do mundo, o sítio onde a terra acaba e começa o abismo. Álvaro, o pastor cego que guardava o seu rebanho encontrava-se no cimo do monte, como em tantos outros dias. Mas neste tudo mudou…um milagre! Os seus olhos voltavam a ver! ‘O velho Álvaro vê! Viu um anjo! Um anjo na serra!’
Está magoado. Tem grandes feridas nas costas. ‘É aqui… é aqui que deviam estar as asas… foram arrancadas do corpo… foi o vento. Aquele vento tinha força suficiente para arrancar um anjo dos céus’. Quem se atreveu a cortar as asas de um anjo de Deus?
Eles sabiam o que fazer com ele. Deram de comer e de beber ao anjo do Montemuro. ‘Venham ver, venham ver. Uma moeda para ver o Anjo do Montemuro’.”
Com uma duração de 75 minutos, a peça foi traduzida por Graeme Pulleyn e encenada por Steve Johnstone.
Os bilhetes podem ser adquiridos uma hora antes, no local do espectáculo, de acordo com o seguinte preçário: cinco euros o bilhete normal; 3,75 euros o bilhete para menores de 25 ou maiores de 65 anos, estudantes, reformados, desempregados, portadores de deficiência e ainda grupos de mais de 8 pessoas; 2,50 euros para sócios do Varazim Teatro. Crianças até aos 12 anos não pagam.
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