A sexta edição de “A POESIA ESTÁ NA RUA” – iniciativa cultural que a Câmara Municipal de Santo Tirso leva a efeito anualmente com o objectivo de promover a poesia no concelho – termina no próximo sábado, dia 21 de Março (Dia Mundial da Poesia) com as já tradicionais “24 HORAS DE POESIA”, iniciativa que arranca todavia na sexta-feira, dia 20 de Março, com a homenagem ao poeta A. M. Pires Cabral em cerimónia pública a decorrer no salão nobre dos Paços do Concelho, às 21h30.
Depois de “A Poesia Está na Rua” (2004, com homenagem ao poeta António Ramos Rosa), de “A Poesia e o Surrealismo” (2005, com homenagem ao poeta Artur do Cruzeiro Seixas), de “A Poesia faz bem à Saúde” (2006, com homenagem ao poeta Manuel António Pina), de “A Fé na Poesia” (2007, com homenagem ao poeta José Tolentino de Mendonça) e de “Ofício de Poeta” (2008, com homenagem ao poeta António Osório), surgiu agora em 2009 o “Pano Pramangas” com a homenagem ao poeta A. M. Pires Cabral.
A. M. PIRES CABRAL nasceu em Chacim, Concelho de Macedo de Cavaleiros, em 1941. É licenciado em Filologia Germânica e professor do ensino secundário em Vila Real. É também o assessor cultural da Câmara Municipal. É sócio da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, membro do Núcleo Cultural Municipal de Vila Real e Chefe de Redacção da revista Tellus. Foi o principal responsável da comissão instaladora do Centro Cultural Miguel Torga. Tem coordenado importantes e regulares acções culturais, patrocinadas pela autarquia. Em 1983 ganhou o Prémio Literário do Círculo de Leitores, com o livro Sancirilo (de ficção). Foi recentemente galardoado com o Prémio D. Diniz, atribuído pela Fundação da Casa de Mateus pelos seus livros de poesia Douro: Pizzicato e Chula e Que Comboio é Este: “O prémio Dom Diniz entregue ao autor transmontano representa a justa consagração e o reconhecimento nacional de um percurso que se tem pautado pela exigência, sensibilidade e fidelidade às origens”, afirmou Cavaco Silva, durante a cerimónia.
A NOVIDADE DO “PANO PRAMANGAS”
“pano pramangas” dá o mote à sexta edição do programa “a poesia está na rua”;a têxtil (e o complexo tecido de relações sociais, profissionais e económicas) inspira os dias numa alargada malha de cores, odores, sabores, tons (são tantos os eventos e tantos os lugares); sempre que “a poesia está na rua” cidadãos, operários, familiares e amigos são apanhados na teia da fantasia, das palavras; a fábrica do teles, o edifício da cadeia e o mercado municipal, são pontos de encontro no calendário do programa; pontos de passagem obrigatória serão as escolas do concelho com “área de serviço – abastecimento gratuito de poesia e afins”; ponto corrido e ponto cruz, são todos os pontos assinalados no programa com um grande EC, ou seja, ESTÁ CONVIDADO/A (para tudo e a todas as horas); marcar o ponto, picar o ponto, saltar o ponto, …, é tarefa para os “afinadores do tempo”, aqueles ou aquelas que saboreiam o tempo em demoradas fruições; ponto e vírgula é sempre um ponto com uma vírgula e tecido é sempre “pano pramangas”, A longo de 36 dias;
Sobre o programa das “24 horas de Poesia” importa referir que integram uma vintena de acções que vão decorrer na antiga Fábrica do Teles (o grosso das iniciativas) e na antiga Cadeia (uma série de mini-espectáculos a levar a efeito entre as 20 e as 22 horas) e das quais salientamos (a bold) as seguintes:
20>MAR
21h30 – Homenagem ao poeta A. M. Pires Cabaral – Salão Nobre da Câmara Municipal de Santo Tirso
23h00 – Ceia Poética – Clube Thyrsense
21>MAR
LOCAL: Antigas Instalações da Fábrica do Teles (junto à Estação da CP)
10h00 BAR – “delicias de pano e outras texturas” – secção das provas
11/12h00 > 15/16h00 “xata” – poesia teatral
poesia teatral > criação e interpretação: tânia dinis e xana miranda > produção: tenda de saias > projecto de poesia teatral que parte de um reportório que inclui grandes nomes da poesia portuguesa. Xata pretende mostrar que a poesia não é chata, através de uma mostra poética intensa e com sentido de humor, levada a cabo em espaços de café-concerto e outros espaços não convencionais.
15H “alinhavar memórias” – percurso pedonal pelo espaço da fábrica (percurso orientado por antigos trabalhadores)
16h00 – concerto pela banda militar do porto – acontece no largo dos fundadores
A Banda Militar do Porto, (que até 30 de Junho de 2006 se chamava de Banda de Música da Região Militar do Norte) actualmente sediada na Escola Prática de Transmissões, teve a sua origem na Banda do Regimento de Infantaria Nº 6, constituída no último quartel do século XIX. Actualmente a Banda Militar do Porto é chefiada pelo Ten. CBMus Alexandre Coelho, tendo como SubChefe o Sch Gil Alves e é composta por 74 elementos.
18h00 – lançamento do livro de poesia “a libertação do pensamento …em nome da vida!” do poeta Pedro Ribeiro – secção das letras
19h00 – “texturas” – espectáculo de poesia e moda – secção das linhas de cor
“texturas” > espectáculo de poesia e moda > produção executiva: soraia costa, sofia torrinha, inês cardoso > O conceito deste projecto será a criação de um evento, onde a fusão entre a Poesia e Moda seja permitida. Para tal, este evento tem a participação de duas bandas: GODOT (banda tirsense com influências no teatro, cinema e poesia ; TROPA MACACA (tirsenses com influências na musica electrónica, experimental e “noise”; e, ainda a participação de um Dj ( Rui Torrinha ).
“…situemo-nos na fábrica e nos vários artefactos inerentes…e eis que surge a melodia que por simplicidade acompanha a poesia falada, cantada e projectada…
…a interacção humana descreve o tema, texturizando com harmonia a sequência cronológica que enquadra as várias vertentes artísticas…”
Importa referir que no espaço temporal de duas horas, ou seja, entre as 20h00 e as 22h00 decorrem no antigo edifício da Cadeia (Rua S. Bento da Batalha) uma série de mini-espectáculos a não perder, regressando a iniciativa logo a seguir ao final do espectáculo à Fábrica do Teles com…
22h10 – “fio da vida” – espectáculo – secção do fio d´ouro
“fio da vida” > espectáculo > direcção artística e encenação: pedro ribeiro > produção executiva: miguel carvalho (moinhos e ventos) > sinopse: O teatro e a música interpretados ao vivo e aliados a uma forte componente visual irão oferecer ao público uma experiência poética. Uma cantora lírica, um pianista, um grupo de bailarinas e as três parcas, as fiandeiras do destino, farão um novelo aos cinco sentidos. De Handel a Debussy encontrando Bellini e Verdi, de Sophia de Mello Breyner a Max Aub. Um espectáculo a não perder, de poesia visual, sonora e por fim degustativa…
23h00 – “o baile dos candeeiros” – baile de encerramento – secção do fio d´ ouro
o baile dos candeeiros” > baile > criação: radar 360º – associação cultural > direcção artística: antónio oliveira > direcção técnica: rui ferreira > interpretação: julieta rodrigues, filipe caldeira, mariana amorim, jaime soares > produção executiva: miguel carvalho > sinopse: Todos nós temos um universo mágico que carregamos da nossa infância. Candeeiros humanos, autónomos, espalhados por pontos estratégicos. Ganham características dos espaços que habitam. Acendem, apagam, respiram, dançam, interagem, reagem…