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Portugal com potencial competitivo no turismo termal e de SPA

  Perante um mercado (europeu) que conheceu uma expansão de mais de 50 por cento na última década e onde a procura estimada poderá crescer – nos próximos tempos – a um ritmo anual a oscilar entre os cinco e os 10 por cento, Portugal encontra-se não só razoavelmente bem posicionado como destino turístico no segmento de Saúde e Bem-estar como possui capacidade competitiva, em quantidade e qualidade, ao nível dos recursos de base. E porque assim é, pode ter pretensão em desenvolver uma «oferta sofisticada» neste patamar e a «posicionar-se como uma marca forte» no mercado internacional.

     A conclusão é sublinhada no último trabalho sectorial do Gabinete de Estudos da Associação Empresarial de Portugal (AEP), elaborado no contexto de mais uma edição (a 11.ª) da NORMÉDICA – Feira da Saúde e da AJUTEC – 12.ª Feira Internacional de Ajudas Técnicas e Novas Tecnologias para Pessoas com Deficiência, que decorrerão na EXPONOR de 7 a 10 de Maio (todos os pormenores em www.normedica.exponor.pt).

     O Salão de Saúde e Bem-estar é precisamente uma das novidades dos certames. Aliás, trata-se de uma estreia, que vem complementar a oferta destes dois eventos “históricos” do calendário da Feira Internacional do Porto.

     «O Salão colocará em exposição uma multiplicidade de propostas (englobando produtos, equipamentos e serviços) que pretendem contribuir para um modo de vida cada vez mais saudável e com qualidade acrescida. É uma exposição de largo espectro e com um interesse abrangente, que beneficia em estar integrado num certame direccionado para a saúde, em termos gerais», esclarece Carla Maia, directora da NORMÉDICA / AJUTEC / SALÃO DE SAÚDE E BEM-ESTAR 2009.

     A NORMÉDICA é há 11 edições escaparate do sector da saúde em Portugal. Por seu lado, a AJUTEC tem-se evidenciado há 22 anos como pólo agregador das mais recentes novidades em ajudas técnicas e novas tecnologias para pessoas com deficiência, sendo o evento de referência de uma realidade que, em vários níveis, afecta directamente mais de meio milhão de portugueses e, indirectamente, as respectivas famílias.

     Em simultâneo com este terceto de eventos, mas direccionado para outro nicho de actividade económica e outra franja de profissionais, a EXPONOR, recorde-se, organiza igualmente a 2.ª edição do EXPODENTIS – Salão Internacional de Equipamento, Produtos e Serviços Dentários (ver em www.expodentis.exponor.pt), em parceria com a Associação Nacional dos Comerciantes de Equipamentos Científicos (ANCECSI). 

Notoriedade e marca forte exigem trabalho árduo 

     «Portugal dispõe de abundantes recursos termais (tradicionalmente vocacionados para a terapia) e instalações de SPA & Wellness (que realizam diversos tipos de tratamentos de beleza, relaxamento, etc.) sofisticadas», pode ler-se no relatório do GE da AEP. Mas há muito a fazer, ainda.

     Para obter mais quota dentro do espaço europeu (para o qual se estima, em 10 anos, uma quase duplicação no volume de viagens anuais, num volume próximo dos seis milhões de viagens anuais), Portugal terá que «conquistar notoriedade internacional», «fazendo chegar ao conhecimento dos consumidores finais e intermediários turísticos uma imagem de marca turística forte» neste nicho, enfatiza o estudo da AEP. E uma das primeiras formas para o conseguir é a aposta no desenvolvimento de «”clusters” turísticos em regiões onde existam recursos naturais adequados à realização das actividades relacionadas com o bem-estar físico e psíquico», argumenta-se. 

Crescimento anual de oito por cento ao alcance 

     A análise do GE recorda que, tendo como base esse horizonte de 10 anos, é possível ao sector imprimir uma velocidade de crescimento anual acumulado na ordem dos oito por cento. «Esta estimativa situa-se no ponto intermédio das previsões de crescimento deste mercado ao nível internacional (5-10 por cento), pois há que considerar que Portugal parte de um volume de actividade reduzido neste sector (pelo que o potencial de crescimento é relativamente maior e mais rápido que noutros destinos já consolidados) e o custo dos investimentos necessários ao desenvolvimento de projectos volumosos é elevado, o que pode provocar um crescimento relativamente mais lento do que o conjunto do mercado», fundamenta-se.

     Nesta perspectiva, Portugal surge actualmente com uma competitividade sectorial com «algumas limitações», sobretudo devido à «insuficiente quantidade e variedade» de centros de “wellness”, bem como à «reduzida concentração da oferta» em determinadas zonas ou regiões do País. 

Portugal precisa de mais unidades 

     Ao nível de SPA’s, o nosso País «dispõe de instalações modernas, inseridas em hotéis de categoria, mas em quantidade insuficiente para posicionar-se internacionalmente como um “wellness destination”». Pelo menos no imediato. «Tratam-se de empresas recentes (que estão no mercado há cerca de 10 anos), com pequena dimensão, estimando-se uma taxa de crescimento média anual do volume de negócios de 11%. Em consequência da dependência de grandes grupos hoteleiros, os clientes que acedem às instalações de SPA & Wellness são, maioritariamente, clientes do hotel que chegam ao destino atraídos por outras motivações e para os quais o produto Saúde e Bem-estar é apenas um complemento dos serviços de qualidade do hotel».

     Mas há já esforços em marcha para imprimir outra dinâmica. «Algumas estâncias termais estão a desenvolver esforços no sentido de diversificar e promover a sua oferta, investindo em novos equipamentos e qualificação dos recursos humanos, tendo em vista uma melhor adaptação às novas necessidades e hábitos de consumo», enuncia-se. 

Estrangeiros com boa imagem do País enquanto destino  

     O estudo refere que a «forte concentração» de procura interna «poderá indiciar um “frágil” posicionamento internacional de Portugal como destino de Saúde e Bem-estar». Contudo, justapõe-se, «os resultados dos inquéritos realizados aos consumidores dos principais países europeus emissores de turismo evidenciam uma boa percepção de Portugal como destino de Saúde e Bem-estar».

     Na óptica do trabalho do GE da AEP, e tomando em consideração o indicador tipo de cliente, o segmento dos casais adultos (com duplo rendimento e sem filhos) é o que apresenta «maiores possibilidades de êxito para Portugal».

     Outra recomendação vai no sentido do desenvolvimento de «estratégias para captar os novos segmentos de procura» e considera «especialmente interessantes» os turistas individuais, dado que «possuem um elevado potencial de gasto neste tipo de viagens e nutrem um interesse especial pela realização de actividades relacionadas com a beleza e o “culto do corpo”».

     O estudo aponta ainda como «segmento atraente», a médio e longo prazos, a procura secundária correspondente aos turistas que visitaram Portugal noutra ocasião, realizando outras actividades, mas com alguma componente de “bem-estar”. 

Ficha Técnica:

NORMÉDICA 2009 – 11.ª Feira da Saúde

AJUTEC 2009 – 12.ª Feira Internacional de Ajudas Técnicas e Novas

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             Tecnologias para Pessoas com Deficiência

SALÃO DE SAÚDE E BEM-ESTAR 2009

Data: de 7 a 10 de Maio de 2009

Horário: das 10h00 às 20h00, todos os dias

Organização: EXPONOR – Feira Internacional do Porto

Perfil do Visitante: médicos, enfermeiros, técnicos de saúde e de reabilitação, terapeutas, assistentes sociais, professores, educadores, auxiliares educativos e público, em geral

Em exposição: Produtos, equipamentos e serviços para unidades de saúde (hospitais, clínicas, centros de saúde e consultórios médicos); informática médica e telemedicina; ajudas técnicas e novas tecnologias para pessoas com deficiência; geriatria; nutrição; termas e SPA’s; medicinas alternativas; seguradoras; terapia da fala; fisioterapia; medicina no trabalho

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