Economia, Santa Maria da Feira

Quebra nas exportações de cortiça não retira liderança mundial – Sta. Maria da Feira

As exportações em valor de produtos corticeiros, designadamente a rolha, têm vindo a cair desde 2001, mas Portugal continua a ser líder mundial no sector.

Em declarações à EDV Informação, o secretário-geral da Associação Portuguesa de Cortiça (Apcor), Joaquim Lima, reconheceu que a indústria corticeira «vive momentos difíceis» devido à crise internacional e à concorrência de vedantes.

«Desde 2001 que o sector tem vindo a reduzir as exportações em valor, com um sinal claro do mercado vitivinícola mundial ao optar pelos vedantes alternativos em detrimento da rolha de cortiça», disse Joaquim Lima.

Actualmente, mais de 70 por cento do total das exportações do sector é do segmento da rolha, mas a conquista de quota de mercado por parte dos vedantes de plástico e de metal – que hoje já representam 25 a 30 por cento do total – tem contribuído para agudizar a crise.

«Em meia dúzia de anos o sector rolheiro perdeu uma importante quota de mercado que era sua», referiu. «Deriva daí o facto de, desde 2001, termos invertido a curva de crescimento das nossas exportações», explicou.

«Simultaneamente – e associada à crise internacional que os mercados têm vivido nos últimos anos, numa forma mais galopante em 2008 – há aqui também uma pressão muito grande nos preços dos nossos produtos», frisou o secretário-geral da Apcor, acrescentando ainda que a «crise profunda que o sector vitivinícola atravessa também não ajuda muito».

«Há uma retracção no consumo mundial de vinho, sobretudo nos países europeus tradicionais, com repercussões imediatas no negócio das rolhas de cortiça», salientou.

Portugal é líder mundial no sector da cortiça, responsável por 52 por cento da produção e 60 por cento das exportações.

Com exportações de 853 milhões de euros para mais de 100 países – equivalentes a 90 por cento da produção – o sector assegura 2,3 por cento das vendas portuguesas para o exterior e 0,7 por cento do produto interno bruto (PIB).

Apesar de ainda não definitivos, os números disponíveis de 2008, referentes apenas ao primeiro semestre, apontavam para uma «quebra, se bem que ligeira», destes valores.

Na base desta queda está também a diminuição progressiva dos preços da cortiça na pilha desde 2003, que passaram dos 44,80 euros por arroba para os actuais 31,00 euros.

A França é o principal mercado da cortiça portuguesa, absorvendo 20,6 por cento das vendas, seguida dos EUA (15,7 por cento), Espanha (13 por cento), Alemanha (oito por cento) e Itália (7,6 por cento).

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