«Aos diplomatas, peço uma atenção particular à comunidade portuguesa», afirmou Cavaco Silva, durante a recepção que ofereceu no Palácio de Belém ao corpo diplomata português na segunda-feira, por ocasião da realização do Seminário Diplomático, em Lisboa.
Recordando a grande contribuição das comunidades portuguesas no estrangeiro para a estabilização da economia portuguesa através das remessas que enviam para Portugal, o chefe de Estado alertou para a importância que essas mesmas comunidades voltam agora a ter neste tempo de crise.
«Neste tempo, as comunidades portuguesas voltam a ser muito importantes», disse, defendendo a necessidade de «criar condições para acompanharem de perto as coisas da nossa pátria».
Antes, Cavaco Silva tinha já alertado para o «ano nada fácil» que os portugueses terão de enfrentar em 2009, numa altura em que são vários os desafios que se colocam à diplomacia portuguesa.
«Juntemos todos esforços e aproveitemos as boas ocasiões e oportunidades», salientou.
Entre os desafios que se irão colocar em 2009, o Presidente da República destacou a necessidade de «mais do que nunca» Portugal precisar de reter os investimentos já realizados no país, assim como a importância de «olhar para as oportunidades dos diferentes mercados» estrangeiros e de combater o proteccionismo.
Por outro lado, lembrou ainda o chefe de Estado, em 2009 Portugal preside à Comunidade de Países de Língua Portuguesa e será um «ano chave» para a «tarefa difícil» da candidatura ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Também em 2009, acrescentou, decorrerá no Estoril a Cimeira Ibero-Americana, uma iniciativa que todos os portugueses querem que «seja um sucesso», e será igualmente um «ano-chave» para as União Europeia, na medida em que se assistirá à renovação das suas instituições, primeiro do Parlamento, com as eleições de Junho, e depois com a renovação da Comissão Europeia.
«Será um ano difícil, mas estou certo que a diplomacia portuguesa estará à altura das tarefas que terá de desempenhar», sublinhou Cavaco Silva.
Antes da intervenção do chefe de Estado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, tinha já manifestado a «total disponibilidade» de todos os diplomatas portugueses para «trabalhar em conjunto na persecução dos interesses do país», reconhecendo as dificuldades que 2009 trará.
«As dificuldades impõem alguma contenção nas expectativas do próximo ano», admitiu.
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