O Papa Francisco, após participar na Jornada Mundial da Juventude realizada em Lisboa, regressou ao Vaticano e a bordo do avião respondeu a perguntas dos jornalistas sobre o seu estilo de discurso e a abordagem às homilias.
Preocupação com a comunicação e juventude
O Papa foi questionado pelo jornalista Jean-Marie Guénois do Le Figaro, sobre os discursos que não leu na íntegra durante a sua participação na Jornada Mundial da Juventude, uma situação invulgar nas suas viagens. O jornalista perguntou se isso estava relacionado com problemas de saúde, cansaço ou extensão dos textos. O Sumo Pontífice esclareceu que a sua saúde estava bem, e relembrou que havia recentemente passado por uma intervenção cirúrgica.
“Minha saúde está bem. Tiraram-me os pontos, levo uma vida normal, trago uma faixa que devo usar por dois/três meses até os músculos ficarem mais fortes. Mas estou bem”, afirmou o Papa.
Estratégia de comunicação
O Papa Francisco explicou que a sua abordagem aos discursos, especialmente com os jovens, visa estabelecer uma comunicação eficaz. Ele mencionou que os discursos mais longos continham a essência da mensagem, mas que procurava adaptar as suas palavras com base na interação com o público.
“Quando falo, procuro conseguir comunicação. (…) Os jovens não conseguem estar atentos muito tempo. Pensai que, se tu fizeres um discurso claro, com uma ideia, uma imagem, uma palavra de afeto, conseguem acompanhar-te por oito minutos”, compartilhou o Papa.
Ele também comentou sobre as homilias e a importância de mantê-las curtas e relevantes, especialmente para evitar que os fiéis se desconcentrem. O Papa recordou um episódio em que alguém lhe disse que estava feliz por frequentar uma igreja que realizava missas sem homilias.
Palavra de Deus como diálogo transformador
O Papa Francisco sublinhou a relevância das homilias bem preparadas, destacando que devem ser breves, claras e não ultrapassar os 10 minutos. Ele enfatizou que as homilias não são uma simples exposição de ideias, mas sim um canal para transmitir a Palavra de Deus e comunicar com os fiéis de forma significativa.
“Com a oração, com o estudo da Palavra de Deus e fazendo uma síntese clara e breve”, aconselhou o Papa aos sacerdotes, diáconos e bispos.
Ele concluiu salientando que a Liturgia da Palavra é um diálogo entre Deus e o povo, através do Evangelho e das homilias. Ao ouvirem a “boa nova”, os fiéis podem ser transformados, tornando-se agentes de mudança na sociedade.
O Papa Francisco reforçou a sua crença na comunicação clara e eficaz como um meio vital para conectar-se com os jovens e com os fiéis em geral, ressaltando que a mensagem da Palavra de Deus deve ser transmitida de forma cativante e transformadora.