A Igreja de Santa Maria de Coz juntamente com o seu antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro foram decretadas oficialmente como Monumento Nacional, após decisão tomada em Conselho de Ministros realizado ontem, 22 de abril.
O Mosteiro de Coz integra um lote de cinco imóveis até ao momento considerados de “Interesse Nacional”, tendo agora lhes sido atribuída a designação de “Monumento Nacional” considerando, designadamente, “o interesse dos bens enquanto testemunhos notáveis de vivências ou factos históricos”, pode ler-se no comunicado do Conselho de Ministros emitido logo após a conclusão da reunião.
“Este é sem dúvida um dia histórico para todo o concelho de Alcobaça. O legado cisterciense no nosso território é imenso, mas, em termos de perceção pública, estava circunscrito ao Mosteiro de Alcobaça, Património da Humanidade. Com esta decisão do Governo, faz-se justiça ao Mosteiro de Coz, ao concelho e a esse mesmo legado cisterciense. Sendo agora Monumento Nacional, o Mosteiro de Coz pode ser candidatado a fundos para as necessárias obras de reabilitação e de preservação, nomeadamente na sua zona envolvente, de modo a modernizar o acolhimento dos seus visitantes. Alcobaça está de parabéns!”, congratula-se o Presidente da Câmara Municipal, Paulo Inácio.
O caminho para a classificação como Monumento Nacional
Fundado no século XIII, o Mosteiro de Santa Maria de Coz tornou-se, no século XVI, num dos mais ricos mosteiros femininos da Ordem de Cister em Portugal. A Igreja e a Sacristia, com os seus anexos e alguns vestígios do dormitório e do celeiro, congregam ainda hoje um notável conjunto de criações artísticas testemunhando, no seu esplendor artístico barroco, a riqueza da comunidade e a sua grandeza. A sua revitalização tem envolvido várias vertentes desde há vários anos:
– Após forte investimento patrimonial, por parte da autarquia, na envolvência do Mosteiro, a candidatura a Monumento Nacional foi submetida pelo Município, em 2015, ao Ministério da Cultura, tendo o procedimento de reclassificação sido aberto pela Direção-Geral do Património Cultural em março de 2017;
– A integração, em 2016, na Carta Europeia de Abadias e Sítios Cistercienses, que se destina a partilhar e promover o legado europeu da Ordem de Cister;
– Reforço da promoção turística do património alcobacense por parte da autarquia em diversos canais (vídeos promocionais, publicidade em revistas turísticas, visitas acompanhadas a jornalistas);
– Promoção de visitas acompanhadas a escolas e a grupos organizados;
– Utilização do espaço para eventos (concertos do festival Cistermúsica, apresentação do livro “500 Anos da Outorga dos Forais do concelho de Alcobaça por D. Manuel I 1554-2014”, II Congresso Internacional de Mosteiros Cistercienses, entre muitos outros).
As ações de envolvimento local foram particularmente sublinhadas pela Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, contribuindo para o parecer favorável, relativamente ao processo de reclassificação para a categoria de Monumento Nacional encetado pelo Município.
Leia AQUI o comunicado do Conselho de Ministros de 22 de abril.