O Presidente da República preside, esta manhã, à Cerimónia de Abertura do 20º Correntes d’Escritas. No entanto, o programa do evento já começou e a tarde de ontem ficou marcada pela abertura da Feira do Livro e de diversas exposições.
O Vice-Presidente e Vereador da Cultura da Câmara Municipal, Luís Diamantino, esteve presente nas iniciativas.
Este ano, a Feira do Livro está alojada nas salas Mar e Novo Mar, nas Galerias Euracini 2, contíguas ao Cine-Teatro Garrett. Além da Feira do Livro, as Galerias Euracini 2 vão também acolher Lançamentos de livros (salas Poesia e Geografia), as Correntes de Contar (salas O Rapaz de Bronze e A Menina do Mar), as Correntes DAR, pequenas conversas literárias e muitas outras conversas paralelas, sempre à volta dos livros e com os livros em volta, à espera de serem comprados e autografados.
Outras formas de expressão artística coabitam nas Galerias Euracini 2, desde logo, a fotografia.
Na sala Poesia, temos Identidades Povoadas, fotografias da Póvoa de Varzim, de Pedro Mesquita, que se propôs fotografar a Póvoa de Varzim e as suas marcas identitárias. E deixou-se levar no apelo das ruas à descoberta do que as raízes nos trazem e por onde nos levam. Começou em terra e acabou no mar, num barco de pesca, a sentir o pulsar dos mareantes em noite de pescaria. Nas freguesias da Póvoa achou os traços da terra e no mercado as marcas de vidas. Este é um projeto a que Pedro Mesquita pretende dar sequência. Tem a cabeça povoada de identidades que quer capturar e fixar.
A sala Geografia acolhe O Relógio da Alma, fotografias de Ana Carvalho, a partir de textos de Fernando Pessoa. Não é inédito que Ana Carvalho se deixe inquietar pelas palavras de um escritor e inicie uma busca de imagens que as aquietem. Desta vez foi Fernando Pessoa na voz de Bernardo Soares no Livro do Desassossego. Escabulhou os seus arquivos e criou a sua própria ficção de texto e fotografias. Daqui resultou uma participação na revista digital Zuca Magazine, depois um livro. Parte dessa experiência mostra-se nestas Correntes.
Vidas de Papel, retratos de Alex Gozblau, está patente na sala Grades. Alex Gozblau não pode ser dissociado dos seus desenhos e das suas ilustrações. É inconfundível o seu traço certeiro e assertivo e quase instintivo. Impossível não reconhecer os seus trabalhos com um simples olhar. Para além de todos os seus projetos de ilustrador de livros, revistas ou jornais, Gozblau, entreteve-se a dar uma vida de papel a artistas, escritores, cantores que, de alguma forma, o marcaram. São alguns desses retratos que se apresentam. Alguns autores destas Correntes serão convidados a passar por ali, a escolher um dos artistas representados e, durante cerca de 30 minutos, falar do que os une.
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A fotografia também está patente na Biblioteca Municipal onde, ao final da tarde de ontem, se inaugurou a exposição Outros Retratos, de Alfredo Cunha, seguida da apresentação do seu livro Retratos 1970-2018, com a participação do autor, de Ana Sousa Dias, Bárbara Bulhosa e Valter Hugo Mãe.
Alfredo Cunha tirou a primeira fotografia quando tinha 8 anos e nunca mais parou. A partir de então, milhares de vezes o obturador se abriu para se fechar quase instantaneamente, enchendo de luz um rosto, um momento, um espaço que desta forma se eternizou.
Nesta exposição, é-nos apresentada uma ínfima parte de uma longa vida dedicada à fotografia, com especial incidência nos retratos, uma das suas imagens de marca. Retratos que capturam e desvelam grande parte da história do último meio século de um país. Ao olharmos estes rostos parece que ficamos com a estranha sensação de que estão ali porque pediram, porque tinham urgência de contar uma história, muitas histórias. A máquina do Alfredo foi o meio que escolheram. É que o fotógrafo tem esse dom, o condão de, com imagens, nos revelar o passado e o presente, sempre com o olhar virado para o futuro.
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