Pelo menos 8 em cada 10 jovens, com idades compreendidas entre os 18 e os 29 anos, a residir, estudar ou trabalhar no concelho de Évora, consideram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a vida. Este é um dos dados obtidos na segunda fase do “Diagnóstico da População Jovem do Concelho de Évora”, cujos resultados são agora conhecidos.
Segundo este estudo, que visa caraterizar diferentes aspetos da vivência da população juvenil, os jovens trabalhadores são os mais satisfeitos (1 em cada 3 refere mesmo estar muito satisfeito) e os jovens desempregados os menos satisfeitos.
Este Diagnóstico, efetuado no início de 2018, contou com a colaboração de uma equipa multidisciplinar de investigadores da Universidade de Évora, composta por elementos afetos ao Departamento de Matemática e Centro de Investigação em Matemática e Aplicações e ao Departamento de Sociologia e Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, que trabalharam em estreita articulação com os técnicos superiores da Divisão de Juventude e Desporto da autarquia.
Os resultados agora conhecidos indicam ainda que de entre os “entrevistados” (663) – 364 jovens estudantes na Universidade de Évora, 218 jovens trabalhadores e 81 jovens desempregados -, embora de uma forma geral apresentem um interesse baixo, são os jovens trabalhadores os que mostraram ter maior interesse pela política.
Ainda assim, esta franja da população do concelho de Évora cumpre o dever cívico de votar. Pelo menos 8 em cada 10 destes jovens referiram que votavam e a maioria indicou que o fazia por ser um dever cívico.
O download ilegal de material protegido por direitos de autor (referido com maior frequência entre os jovens estudantes na Universidade de Évora e os jovens trabalhadores), o consumo de álcool em excesso (mais referido pelos jovens estudantes na Universidade de Évora) e a condução em excesso de velocidade, a enviar SMS ou falar ao telemóvel (referidos pelos jovens trabalhadores), foram os comportamentos de risco mais habitualmente referenciados.
Em relação às iniciativas municipais que os jovens consideram mais interessantes para atrair e fixar os jovens para viver no concelho, são valorizados os aspetos relacionados com [mais] emprego e oportunidades de trabalho, [mais] atividades socioculturais e [mais] habitação, pese embora a prioridade atribuída varie entre jovens trabalhadores, estudantes e desempregados.
Em particular, sempre que se debate a empregabilidade, é destacada a necessidade de uma maior oferta de emprego qualificado para jovens com formação superior e, genericamente, a importância de uma maior ligação entre o mundo do trabalho e a Universidade.
Os jovens que clamam por “mais atividades” enfatizam tanto a necessidade de um “maior número”, como também de uma maior diversidade de eventos culturais. Do mesmo modo que as atividades propostas são indissociáveis de um conjunto de espaços e infraestruturas de apoio que as permitam concretizar, assim também os espaços a prover devem ser espaços “para jovens” e “dedicados aos jovens”.
São sobretudo os jovens trabalhadores que acusam as dificuldades na obtenção de habitação, concretamente em termos de disponibilidade e acessibilidade. Para além da inexistência de casas disponíveis, a tónica das respostas surge nas rendas das casas, onde os verbos mais conjugados são “diminuir”, “reduzir” “baixar” e “controlar”.
Este diagnóstico da população jovem do concelho de Évora, que teve uma elevada adesão por parte dos inquiridos (registando-se para quase todas as questões uma taxa de resposta superior a 95%), dá continuidade ao estudo que se iniciou com os jovens do Ensino Secundário e antecede a apresentação dos resultados globais do diagnóstico juvenil.
Perfil sociodemográfico; modos de participação escolar e de inserção profissional; práticas socioculturais; práticas de intervenção cívica; comportamentos de risco; nível de satisfação com a vida e as ideias de futuro foram as dimensões caracterizadas neste diagnóstico.
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