Póvoa de Lanhoso, Sociedade

Santuário rupestre de Garfe na Póvoa de Lanhoso proposto para sítio de interesse público

A Direção-Geral do Património Cultural vai propor à ministra da Cultura a classificação como sítio de interesse público do Santuário Rupestre de Garfe, na Póvoa de Lanhoso. Segundo publicação de hoje, 16 de janeiro de 2019, em Diário da República, a proposta de classificação fundamenta-se em parecer da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura.

É objetivo da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso proceder à delimitação do Santuário Rupestre de Garfe. Rodeado de campos de cultivo e mato, este situa-se numa encosta de pendor suave voltada à ribeira de Teire, tributária do rio Ave. Localiza-se administrativamente no lugar de Pena, freguesia de Garfe, concelho da Póvoa de Lanhoso, distrito de Braga.

Implantado num afloramento granítico, de forma tendencialmente circular e superfície arredondada, exibe no topo três tanques escavados: o maior em forma de T, apresenta uma orientação de E-O, numa clara alusão ao nascimento-morte; o segundo, de menor dimensão e menos profundo, ostenta uma forma retangular, e está paralelo ao primeiro; o terceiro, e último, também retangular, foi construído perpendicularmente aos dois primeiros.

Na vertente sul, do penedo, e na continuidade do terceiro tanque, são visíveis dois degraus de acesso talhados, de uma forma grosseira, no afloramento, ligados a um carreiro, desgastado pelo uso sistemático do monumento.

A face do penedo, voltada a oeste, foi intensionalmente rasgada a pico de forma a criar um altar.

Em alguns afloramentos da envolvente, apesar de cobertos pela densa vegetação, são percetíveis entalhes e alinhamentos de outras estruturas, provavelmente relacionadas com o santuário rupestre.

A ausência de estudos aprofundados sobre este monumento não permite aferir com rigor a cronologia deste espaço. Contudo, através da comparação com outros espaços similares, pode-se depreender que o Santuário Rupestre de Garfe, pela configuração dos tanques, em opus quadratum, seja incluído no contexto da romanização da Península Ibérica.

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