Com um conceito bem distante da agitação dos Festivais de Verão que proliferam pelo país, surge na Aldeia de Montanha da Lapa dos Dinheiros (em Seia), de 6 a 8 de julho, o Festival “Músicas do Bosque”, uma proposta para a fruição da música em comunhão com a natureza exuberante da serra da Estrela. Um evento com identidade plenamente definida, muito conectado com os valores da cidadania e preservação ambiental, em que o envolvimento comunitário é assumido com orgulho e naturalidade.
Na terceira edição do festival a organização, União das Freguesias de Seia, São Romão e Lapa dos Dinheiros, Município de Seia e Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede de Aldeias de Montanha (ADIRAM), apresenta mais uma vez, em pleno Bosque, projetos musicais criativos e inovadores.
Os projetos regionais como o “G Project” e a Orquestra da Escola Profissional da Serra da Estrela, e Luís Portugal, compositor e cantor dos Jáfumega, grupo que marcou o rock português da década de 80, atuam no primeiro dia do Festival (sexta feira 6 de julho). No segundo dia, a música parisiense sobe ao palco, com “Viviane canta PIAF”, seguindo-se os lisboetas “PAUS”, que se destacam pelo seu rock experimental. Os criativos “Pedro e os Lobos” e o projeto impactante dos cinco amigos que compõem os “Capitão Fausto” encerram o Festival.
O conceito de Festival mantém-se, assumindo-se como não sendo um evento de “massas”, mas sim de harmonia perfeita entre a música, a beleza natural da montanha e a pacatez da aldeia. Com a experiência dos últimos, e com a entrada de novos parceiros, foi possível melhorar o conceito da responsabilidade ambiental do Festival, que este ano obriga à utilização de materiais biodegradáveis ou reutilizáveis, acabando de vez com o plástico no recinto do Festival. Elementos como tarjas ou lonas são proibidos, obrigando a que a decoração do recinto esteja conectada com o local e com o conceito de responsabilidade ambiental que se quer para este projeto.
De destacar, também o envolvimento do Movimento de Cidadãos por uma Estrela Viva, que vai marcar presença no evento com ações de apadrinhamento de árvores, sessões de contos entre outras atividades, estando a sua participação muito dirigida para a preservação da floresta autóctone.
No domingo, com o apoio da Fundação Vodafone, por cada entrada no Festival será plantada, na próxima época de reflorestação, uma árvore no Parque Natural da Serra da Estrela, intervindo assim numa área florestal onde decorreram ações de estabilização de encostas e proteção contra a erosão.
Associar a música à paisagem, à gastronomia, às artes e à preservação e conservação ambiental são alguns dos aspetos que tornam este festival verdadeiramente único no país.
O Festival integra o Plano de Animação da Rede de Aldeias de Montanha e está enquadrando na EEC PROVERE iNature, cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do CENTRO 2020 – Programa Operacional Regional do Centro.
O desafio é subir à montanha e deixar-se levar por uma autêntica sinfonia de homem e natureza, onde não lugar para os espetáculos comuns.
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