Com 5 anos de idade, Joana Carvalho já acompanhava a avó Ângela Gomes no seu pequeno ponto de venda no Mercado Municipal de Estarreja. No sábado, dia 25 de novembro de 2017, este negócio familiar de comércio de fruta e legumes de avó e neta passou a usufruir de novas condições na recuperada nave do Mercado Municipal de Estarreja, que no último ano sofreu obras de reabilitação no valor de 1,9 milhões de euros. O “nosso Mercado vai ter sucesso. A esperança é essa!”, disse a jovem de 28 anos, acabando por refletir as expectativas dos 277 comerciantes que operam em todo o espaço comercial.
Quando o Presidente da Câmara Municipal de Estarreja, Diamantino Sabina, descerrou a placa comemorativa da inauguração da reabilitação do Mercado Municipal de Estarreja, depois das 11h, já o mercado e feira fervilhavam de vida, neste que foi o primeiro dia de um novo capítulo na existência deste centro de comércio tradicional local, com muitos clientes a percorrerem os novos espaços.
Defesa do pequeno comércio
A necessidade de renovar o mercado e feira foi sendo mais urgente sabendo-se “que as vendas vinham em decréscimo”, sublinhou o autarca para quem uma não intervenção acabaria por decretar a morte deste espaço, que sofreu como todos os outros com a presença das grandes superfícies, numa concorrência que equiparou a “David contra Golias”. A defesa dos pequenos comerciantes e a dinamização da economia local passaria pela reabilitação do mercado, modernizando-o “de acordo com as exigências atuais”.
Uma nova centralidade
“As pessoas continuam a gostar destes mercados tradicionais. Quisemos melhorar substancialmente as condições para que as pessoas queiram comprar no mercado e feira municipal. O resultado está à vista. Potenciamos a hipótese das vendas, também trazendo novas valências com um restaurante e um takeaway, a hipótese de termos aqui serviços em permanência e o estímulo aos que aqui estão, em termos regulamentares, de ter o mercado em funcionamento todos os dias. A ideia é caminharmos nesse sentido, termos aqui uma nova centralidade, um shopping a céu aberto. A solução é de todo viável e vamos ter aqui uma nova face do mercado e feira municipal de Estarreja”, referiu o Presidente da Câmara Municipal.
Mais perspetivas de negócio
Uma visão partilhada pela AFDPDM – Associação de Feirantes do Distrito do Porto, Douro e Minho. “Temos aqui um espaço agradável, de excelência e de qualidade”, disse o seu representante, Joaquim Santos, que acompanhou desde o início o processo. “Quem cá trabalha vai sentir essa diferença. Começa um caminho com mais clientes, com mais perspetivas de negócio e acima de tudo com uma qualidade muito superior. Todos os comerciantes e feirantes que aqui operam poderão hoje ter uma esperança diferente”.
Mais cómodo do ponto de vista do consumidor, conforme afirma uma cliente habitual do mercado. Com novas condições para os comerciantes, diz uma vendedora no mercado. Na Feira, um vendedor refere que se trata de uma “nova etapa, o ano novo começa hoje”, mas com melhores condições.
Com a operação de reabilitação, foi remodelada e reorganizada a nave do mercado coberto, dedicado ao comércio de frescos tradicional, cuja fachada da década de 60 foi mantida, e foi renovado o espaço descoberto dedicado à feira.
A plataforma superior foi aberta ao Parque e ao Rio Antuã, através da demolição de um corpo do edifício. Essa praceta foi equipada com restaurante, churrascaria take away e oito lojas, cuja hasta pública para atribuição dos lugares vai decorrer no dia 30 de novembro. A previsão é que a praceta esteja a funcionar no início de 2018. A empreitada incluiu ainda a beneficiação da Avenida 25 de Abril e a reabilitação da área envolvente ao Tribunal Judicial.
A placa comemorativa da inauguração do Mercado e Feira Municipal foi executada pela Cerci de Estarreja e exibe um colorido painel de azulejaria, composto por desenhos realizados pelos utentes da instituição e alusivos aos produtos e aos vendedores do espaço.
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