
A rede que integra o Gabinete Girassol de Celorico de Basto recebeu, no dia 8 de junho, a equipa de Intervenção Violência Doméstica Familiar de Coimbra para troca experiências com um rede que está no terreno desde 1995.
A abrir a sessão foi apresentado o Gabinete Girassol que existe em Celorico de Basto desde 2016 e que agora consolida a rede para poder dar uma resposta integrada e multidisciplinar. Os objetivos deste programa foram apresentados à rede, quais as respostas e quais os projetos para o futuro com indicação do Plano Municipal Contra a Violência Doméstica e de género.
A Conselheira Municipal para a igualdade de Género e Coordenadora dos Serviços Sociais e de Saúde do Município, Helena Martinho, vê este encontro como uma “partilha de experiências de quem trabalha as questões da violência doméstica e de género de forma sistemática, com respostas integradas e multidisciplinares e que nos deixam um conhecimento abrangente sobre a forma de atuar, a interação da rede, a sustentabilidade da rede, o trabalho em equipa, as dificuldades sentidas na interação com a vítima, com o agressor” disse. Helena Martinho reforçou que “após o diagnóstico do problema é preciso que cada um, que integra a rede, tenha o sentido de missão bem vincado e perceba qual o plano de ação a seguir”. Reforçou a importância das parcerias neste processo, estando presentes os representantes das entidades locais ACES, Segurança Social, IEFP- Centro de Emprego de Amarante, Procuradora – adjunta do DIAP, Ordem dos Advogados, GNR e CPCJ. A Conselheira Municipal para a Igualdade de Género agradeceu a vinda desta rede a Celorico de Basto e a rica partilha de experiências.
A equipa de intervenção Violência Familiar de Coimbra, apresentou-se e contou a sua história desde a fundação tendo salientado o “respeito e o trabalho de parceria, como fatores primordiais para atingir maior eficácia e melhores resultados” no trabalho desenvolvido. A criação do projeto SOS Mulher e a Casa da mãe foram os primeiros projetos a ser implementados. Referiram também que a criação do regulamento interno foi fundamental para perceber “quem somos e para onde vamos”.
João Redondo, médico Psiquiatra que integra a equipa de intervenção Violência Familiar de Coimbra, falou da forma de intervenção semelhante ao modelo médico “João Semedo” e a urgência de “cuidar do outro”. Expos estatísticas assustadoras dizendo que “uma em cada duas mulheres vítimas de violência morre em contexto de intimidade” e focou a importância da intervenção no agressor quando se fala em contexto de violência doméstica. “É um problema de Saúde pública, é preciso que os fatores de risco e os fatores protetores estejam bem claros”, disse. João Redondo esclareceu que é fundamental que todos os que trabalham na rede “tenham igual responsabilidade referindo questões da sustentabilidade da rede, da avaliação da rede e do plano de ação” explicando a necessidade de criar protocolos com diversas entidades fomentando a rede e o trabalho de equipa. Neste encontro, ocorreram muitos momentos de partilha de opiniões de situações vividas e, foi questionada a posição sobre a violência doméstica nas escolas entre os mais jovens. Referiu-se ainda como se posicionam entidades como a saúde, uma vez que é um problema de saúde pública, sendo que na abordagem nos cuidados de saúde primários é fundamental a sinalização e apoio às diversas situações que apareçam.