No âmbito do projeto “Vila do Conde. Um porto para o Mundo”, a Câmara Municipal de Vila do Conde desenvolveu um conjunto de iniciativas que visam a classificação das técnicas de construção e reparação naval em madeira de Vila do Conde como Património Cultural Imaterial Nacional e, mais tarde, como Património da Humanidade (UNESCO).
O processo de classificação pressupõe que esta atividade é sustentável e que, apesar de ameaçada, é capaz de perdurar no tempo. Neste sentido, e entre as diversas medidas desenvolvidas pelo município para criar condições de sustentabilidade económica, encontram-se as constantes pressões para que se criem condições de navegabilidade no curso final do rio Ave, nomeadamente no acesso aos estaleiros, e na indispensável operacionalidade da plataforma de encalhe das embarcações, que serve os estaleiros.
O resultado das ações que o Município tem feito para revitalizar os estaleiros navais de Vila do Conde, particularmente na perspetiva de criar emprego e potenciar riqueza, tornaram-se agora bem visíveis, com a entrada, ontem, nos estaleiros navais de Vila do Conde, da fragata “Shtandart”, uma réplica de um navio histórico russo, mandado construir em 1703 pelo czar Pedro, o Grande, para defender São Petersburgo, na Rússia.
Recorde-se que a embarcação esteve em Vila do Conde em setembro do ano passado, tendo sido visitada pela Presidente da Câmara, Dr.ª Elisa Ferraz, que foi recebida na altura pelo capitão Vladimir Martus, o qual, após este primeiro contacto, fez diversas deslocações a Vila do Conde, nomeadamente no âmbito do projeto “Cutty Sark”, cujo objetivo é construir uma réplica funcional, apta a navegar, do famoso veleiro “Cutty Sark”.
O navio vai estar em Vila do Conde até ao início de Abril de 2017 para proceder a profundas obras de beneficiação, que serão executadas pelo estaleiro Barreto & Filhos, Lda. Nas próximas semanas, os seus imponentes mastros serão retirados e iniciar-se-á a remoção da totalidade do convés, que será substituído.
O papel do Município de Vila do Conde centrou-se na criação do contacto entre o Capitão Vladimir Martus e os estaleiros navais de Vila do Conde e ajudou, em estreita colaboração com a Capitania do Porto de Vila do Conde e com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a criar as condições para a entrada do navio na barra do rio Ave.
A entrada da fragata “Shtandart” na foz do rio Ave fez regressar a Vila do Conde uma imagem, outrora comum, que a grande maioria dos atuais Vila-condenses já não tem memória, mas que faz parte do nosso património histórico e da memória coletiva, para além de que constitui um contributo importante para o funcionamento e sustentação económica dos nossos estaleiros.
Alguns dados da fragata “Shtandart”:
Comprimento total: 33 m;
Boca: 6,9m;
Calado: 3,3m;
Deslocamento: 220 toneladas
Propulsão: 3 mastros para velame, 1 grupés e dois motores auxiliares com 560cv cada;
Altura do mastro principal: 33m.
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