A 22ª edição da Festa Ibérica da Olaria e do Barro vai decorrer entre os dias 19 e 22 de maio em Salvatierra de los Barros, na Extremadura espanhola, com a participação de 13 olarias do Centro Oleiro de S. Pedro do Corval. Este certame organizado pelo Município de Reguengos de Monsaraz, Ayuntamiento de Salvatierra de los Barros e Junta de Freguesia de Corval une os dois maiores centros oleiros da Península Ibérica, nomeadamente S. Pedro do Corval, no concelho de Reguengos de Monsaraz, e Salvatierra de los Barros.
Para além das olarias de S. Pedro do Corval, participam nesta edição da Festa Ibérica da Olaria e do Barro mais oito olarias portuguesas, nomeadamente de Queluz, Vila Nova de Milfontes, Sintra, Mafra, Caldas da Rainha, Amadora, Santa Comba Dão e Ericeira.
A Festa Ibérica da Olaria e do Barro é um evento transfronteiriço de promoção cultural e turística. Organizada em anos alternados em cada município, com esta iniciativa pretende-se valorizar a olaria, chamar a atenção para o seu valor artesanal e artístico e apontar estratégias para o seu desenvolvimento económico e profissional.
O programa da 22ª edição da Festa Ibérica da Olaria e do Barro integra no sábado, às 17h, um jogo de futebol entre a equipa de juniores do Atlético Sport Clube e uma congénere espanhola. Pelas 19h vai ouvir-se Cante Alentejano com a atuação do Grupo Coral Os Bel’Aurora de Campinho. No domingo, às 17h, haverá um concerto pela Banda da Sociedade Filarmónica Corvalense.
A Festa Ibérica da Olaria e do Barro vai ter também jornadas técnicas, exposições e oleiros a trabalhar ao vivo. No sábado, entre as 22h e a meia-noite, decorre a iniciativa “La noche en colorado”, que consiste em visitar algumas das 19 olarias de Salvatierra de los Barros, assim como os seus monumentos, terminando com um espetáculo de som e de luz projetada na fachada da câmara municipal local.
Sobre o Centro Oleiro de S. Pedro do Corval
O Centro Oleiro de S. Pedro do Corval é considerado o maior de Portugal com 22 olarias em atividade que continuam a pintar os motivos típicos do Alentejo, como por exemplo o pastor, a apanha da azeitona e a vindima. A olaria de S. Pedro do Corval data a sua existência, ao menos, do período da dominação árabe, conforme o atesta o teor do Foral Afonsino outorgado a Monsaraz em 1276, mas também a linguagem e a terminologia muito próprias ainda em uso.
Em S. Pedro do Corval podem ser encontradas as mais belas e formosas peças de barro, trabalhadas por habilidosos artesãos que assim continuam uma tradição multissecular de fabrico de louça tosca, vidrada e decorativa, de extraordinário valor estético e etnográfico. Constituindo um autêntico espelho da vida rural e dos costumes ancestrais, a olaria de S. Pedro do Corval, o seu espírito muito próprio e as suas excecionais qualidades são os genuínos responsáveis pela criação de peças de grande utilidade, efeito decorativo ímpar, impondo-se naturalmente pelo conjunto das suas tonalidades e pela beleza campestre das suas composições.
A olaria de S. Pedro do Corval é uma marca registada pois o Município de Reguengos de Monsaraz registou em 2008 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial as marcas nacionais “Olaria de São Pedro do Corval”, “Rota da Olaria”, “Rota dos Oleiros” e “Olaria”.
No ano passado foi inaugurada a Casa do Barro, um centro interpretativo que visa preservar, promover e assegurar a sustentabilidade da olaria de São Pedro do Corval, proporcionando a todos os visitantes o conhecimento e a aprendizagem sobre a arte oleira e o barro através de oficinas, palestras e outras atividades. A Casa do Barro resulta da reabilitação de uma antiga olaria, envolta em história e tradição, com dois fornos a lenha que serviam para cozer a louça, um tino onde se coava o barro e rodas de oleiro com as suas imponentes arquinas. A recuperação deste local permitiu recriar o ciclo do barro, desde a terra ao produto final.
O centro interpretativo tem à disposição do público o Espaço Atividade, onde se realizam iniciativas com oleiros e ceramistas e os visitantes podem aprender a manusear o barro e a produzir uma peça numa roda de oleiro. A Área Expositiva tem informação sobre todas as olarias em atividade e no Espaço Memória os visitantes encontram objetos e documentos sobre a história do centro oleiro, incluindo peças de barro antigas, dois fornos tradicionais a lenha, um tino, um tanque e rodas de oleiro. No Espaço Mostra, ao ar livre, podem ser apreciadas as peças produzidas pelas olarias atualmente em atividade.
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