No Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, 18 de abril, o Município de Albergaria-a-Velha vai inaugurar o polo museológico ao ar livre das Mamoas do Taco, monumento megalítico com cerca de 6 mil anos.
Situadas na Zona Industrial de Albergaria-a-Velha, as duas mamoas que resistiram à urbanização do Concelho foram alvo de uma intervenção que permitiu a sua valorização e restauro. Os resultados desse trabalho são apresentados na segunda-feira, na Biblioteca Municipal, pelas 16h00; na mesma altura é lançado o livro “Taco a Taco – A história de 2 monumentos”, do arqueólogo que conduziu os trabalhos de restauro, Pedro Sobral Carvalho, seguindo-se uma visita ao local.
O Vereador da Cultura, Delfim Bismarck, referiu que a criação do polo museológico “é um importante passo na salvaguarda e valorização dos mais antigos vestígios de ocupação humana no território, que hoje conhecemos por Albergaria-a-Velha”. O Autarca recorda que “desde meados da década de 1980 estes importantes monumentos estavam em perfeito abandono”.
Delfim Bismarck explica que a valorização e requalificação das mamoas vem dar visibilidade aos resultados da campanha arqueológica que ali ocorreu entre 2014 e 2015. O arqueólogo Pedro Sobral Carvalho encontrou fragmentos de cerâmica, machados de pedra polida e uma mó manual que terá servido para pintar as paredes do dólmen.
Na Mamoa 1 já era conhecida uma gravura rupestre, fixada numa laje através da técnica de pontilhado, representando quatro combinações de círculos concêntricos. Na Mamoa 3, a campanha recente encontrou vestígios de utilização posterior à sua construção, cerca de 4 mil anos depois de edificada. A Mamoa 2 foi arrasada nos anos 80 para dar lugar a uma estrada.
As mamoas são sepulturas que deveriam acolher as pessoas importantes da época. Geralmente são caracterizadas por uma pequena elevação no terreno, uma forma que está na origem do nome, e no seu interior fica o dólmen ou anta, uma forma arquitetónica, com ou sem câmara, constituída por lajes de pedra, onde fica a sepultura. Bastante antigas e espalhadas por todo a Península Ibérica, as mamoas foram desaparecendo graças à crescente urbanização do território.
Os primeiros trabalhos arqueológicos nas Mamoas do Taco ocorreram em 1985, com o arqueólogo Fernando Silva. Estão situadas à face da estrada, na Zona industrial, encravadas entre unidades fabris. Os trabalhos de valorização incluem painéis explicativos, permitindo que sejam visitadas.
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