A revolta operária ocorrida a 18 de janeiro de 1934 foi evocada através de um conjunto de atividades organizadas pela Câmara Municipal, com o objetivo de recordar este facto histórico e homenagear os operários vidreiros que, há 82 anos, encetaram um movimento de insurreição nacional, resultante de um longo processo de luta social e sindical, pela melhoria das condições de vida e de trabalho.
Na manhã do dia 18 de janeiro de 2016 realizou-se uma sessão solene comemorativa do 82º aniversário da revolta, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, na qual usaram da palavra o Presidente e os Vereadores que integram a Câmara Municipal.
Foi ainda apresentado o conteúdo de um Voto de Louvor ao 18 janeiro de 1934 e seus protagonistas.
O documento recorda que foi no “contexto de forte repressão social que no dia 18 de janeiro de 1934 eclodiu a insurreição do Movimento Operário na Marinha Grande, a par de outras manifestações e greves gerais um pouco por todo o país, que teve como intenção forçar a queda do regime e restaurar a Liberdade e o Estado de Direito em Portugal. Foi um sonho breve: o pesadelo continuou passado pouco tempo e durou quase mais quatro décadas”.
Na comemoração deste ano, o Município “presta hoje a sua homenagem aos Operários e Cidadãos Marinhenses que participaram neste Movimento, tendo-se constituído então como precursores da história que ainda estava para se escrever, 40 anos depois, na noite de 25 de Abril de 1974”.
Com esta homenagem “a Câmara Municipal da Marinha Grande, na pessoa dos seus Eleitos, e em representação de todo o Povo Marinhense, sublinha a relevância histórica e social do Movimento Operário do 18 de janeiro de 1934, no passado, assim como a importância do espírito livre, crítico e participativo de todos os Homens e Mulheres, no presente, na defesa dos Direitos, Liberdades e Garantias preconizados pela Constituição da República Portuguesa para a construção de uma Sociedade mais Justa, mais Solidária, mais Igual”.
Após a sessão solene, decorreu a habitual romagem ao Monumento ao Vidreiro para deposição de coroas de flores junto à estátua ao 18 de Janeiro de 1934, atuação do grupo de percussão Tocándar e intervenções sindicais, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira.
Jorge Palma esgotou Teatro Stephens
Na noite de 18 de janeiro, a Casa da Cultura Teatro Stephens esgotou a sua lotação para o concerto de Jorge Palma, organizado pela Câmara Municipal, neste âmbito.
Num encontro descontraído e sempre próximo do público, Jorge Palma tocou e encantou, evocando temas desde os primeiros discos editados na década de 70 até ao mais recente álbum intitulado “Com Todo o Respeito” (2011).
Na manhã do dia 19 de janeiro, a autarquia associou-se ao Conselho Municipal da Juventude para realizar uma conferência sobre a efeméride, que ocorreu no Auditório da Resinagem e juntou mais de 100 alunos do ensino secundário.
Foram exibidas apresentações multimedia sobre os factos da revolta e proferida uma conferência pelo empresário Arnaldo Matos, filho de um prisioneiro resultante do movimento do 18 de janeiro de 1934, que recordou o testemunho deixado por seu pai.
Após esta sessão, os jovens visitaram o Museu do Vidro, Coleção Visitável da Indústria de Moldes e os estúdios de artesanato de vidro localizados no centro tradicional da cidade.
Visitas a fábricas de vidros
No âmbito das comemorações, a Câmara Municipal organizou visitas a fábricas de vidros da Marinha Grande, no dia 16 de janeiro. A iniciativa pretendeu dar a conhecer a estrutura das unidades produtivas, a forma de produção e a tecnologia empregada nas fábricas de vidro.
Participaram 136 pessoas, distribuídos pelas empresas Barbosa e Almeida, Crisal, Gallo Vidro, Santos Barosa e Vidrexport.
Os visitantes louvaram a iniciativa e manifestaram “grande satisfação por tudo o que viram”. Revelaram ter apreciado “o acompanhamento e informação que os técnicos das empresas transmitiram durante a visita” e referiram tratar-se de “uma experiência a repetir no futuro”.
No passado domingo, 17 de janeiro, foi exibida a peça “Guilherme e o Dragão”, pelo Teatresco Grupo de Teatro, na Casa da Cultura Teatro Stephens, dirigida para o público infantil.
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