A galeria de exposições da Casa dos Condes, em Alcoutim, recebe, de 2 a 30 de setembro, uma exposição de pintura e fotografia da autoria da artista plástica moçambicana São Passos e do conceituado fotógrafo Marques Valentim. “The best of São Passos e Marques Valentim” é o nome da mostra que será inaugurada amanhã pelas 15h00.
Nascido em Cascais, a 1 de agosto de 1949, Marques Valentim iniciou a sua carreira como fotógrafo em 1972, em Moçambique, após ter tirado o curso de Fotografia e Cinema, nos Serviços Cartográficos do Exército, em Lisboa.
De regresso a Portugal, e logo após o 25 de Abril de 1974, surge no fotojornalismo, iniciando o seu trabalho na Agência Europeia de Imprensa (A. E. I. – Notícias) onde cobre os principais acontecimentos que se deram no nosso País entre setembro de 1974 e agosto de 1975. A 1 de setembro desse mesmo ano começou a trabalhar no diário “A Luta”, onde permaneceu até à sua extinção, em Janeiro de 1979. Fez parte da equipa que lançou o “Correio da Manhã” – de 15 de março de 79 a 15 de setembro de 1979. Em Outubro de 1979 entrou para o “Portugal Hoje”, onde permaneceu até ao fim deste matutino (julho de 1982). Em 1982, fez parte do grupo de jornalistas fundadores do Semanário Desportivo “Off-Side”, tendo, em 1983, recebido em serviço deste jornal o prémio Gandula (Revelação) de Wilson Brasil. Deixa, entretanto, o “Off-Side”, para entrar, em outubro de 1983, na delegação de Lisboa do jornal “Comercio do Porto” onde permaneceu até fevereiro de 1986. Em março de mesmo ano regressa aos quadros do “Correio da Manhã” onde desempenhou os cargos de repórter-fotográfico, sub-coordenador, tendo sido nomeado em janeiro de 2002 para o cargo de Editor Fotográfico, função que desempenhou até 31 de outubro de 2002, tendo sido como fotojornalista do “Correio da Manhã” que Marques Valentim realizou vários trabalhos de tauromaquia, tema que o entusiasmou e o levou a realizar diversas exposições. Em 2001, recebeu uma menção honrosa da revista “Visão”, relacionada com o prestigiado concurso de fotojornalismo do mesmo nome, cuja foto premiada era sobre esta temática.
Atualmente colabora como freelancer no Jornal “Bombeiros de Portugal” e nas revistas “Segurança e Defesa” e “Saúde e Sociedade”.
Em 1998 participa no livro de Andrade Guerra, “João Moura – O Mito e as Efemérides”, comemorativo dos 20 anos de carreira deste cavaleiro. Em Dezembro de 2003, foi co-autor com Andrade Guerra e Isabel Trindade, do livro “Combatentes do Ultramar” tendo colaborado também, em 2005, no livro “A Dor da Nação”, de Andrade Guerra. A 1 de dezembro de 2009 foi lançado o livro “ Cavaleiros – Heróis com Arte “, igualmente de Andrade Guerra e com imagens de sua autoria.
Das mais de cinquenta exposições de fotografia que já realizou, não só em Portugal, como no estrangeiro, destacamos a primeira – realizada em Lisboa no ano de 1994 – intitulada “Tauromaquia”, “E Depois do Adeus”, uma exposição documental de fotojornalismo, onde sobressaiam personalidades que marcaram a História recente, do nosso País, após o 25 de abril de 1974.
A 10 de março de 2012, Marques Valentim foi empossado como Embaixador para a Paz, pela Federação Internacional para a Paz. É também sócio honorário do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora – CEMD e é membro da ALDCI – Associação Lusófona de Desenvolvimento Cultural e de Integração.
Maria Conceição dos Santos Mestre Passos Mealha – SÃO PASSOS – nasceu na cidade da Beira (Moçambique), em 1949, e em terras africanas iniciou a sua carreira artística, primeiro no campo da escultura e depois na cerâmica. A sua primeira exposição, como pintora, teve por cenário Tete, cidade moçambicana e foi realizada com o patrocínio do Governo Distrital. Seguiram-se outras presenças, individuais e coletivas, na Beira, em Joanesburgo e Pretória (África do Sul), em Blantyre e Limbe (Malawi), antes de mostrar os seus trabalhos na Europa. Viria a fazê-lo, pela primeira vez, em julho de 1973, em Faro, numa exposição individual, que teve o patrocínio da Comissão Regional de Turismo e a convite do seu presidente, José Manuel Pearce de Azevedo. Regressada à África, ensinou Arte na Escola Secundária de Tete, tendo sido louvada e premiada pela Ministra da Educação (1974-1975) Graça Simbine, vindo a residir definitivamente para Portugal em 1976. Trabalhou duas décadas no jornal “Correio da Manhã” (1986/2006). Os trabalhos de São Passos cativam o mais indiferente pela sua policromia, variando a técnica entre o naif e o abstrato, sem deixar de se notar as suas raízes africanas.
São Passos está referenciada, entre outros nomes das artes plásticas contemporâneas, na edição de 1995 “Aspetos das Artes Plásticas em Portugal” e em 1998 no livro “Arte 98”, ambos da autoria de Fernando Infante do Carmo. A 10 de março de 2012, São Passos foi empossada como Embaixadora para a Paz pela Federação Internacional da Paz. Quase simultaneamente, é reconhecida pelo Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora e pela ALDCI – Associação Lusófona, Desenvolvimento, Cultura e Integração, pelo “prestígio que granjeou nas artes plásticas e pelo seu grande contributo para o enriquecimento e divulgação da cultura moçambicana”. É ilustradora de capas de livros infantis e de revistas culturais. A artista expõe com frequência os seus trabalhos, em Portugal e no estrangeiro, há já quatro décadas.
A mostra tem entrada gratuita e está patente de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h30 e das 13h30 às16h30.
Se precisa de Empresa design gráfico pode ver a Livetech