Cultura, Trofa

Monumento do Escultor Alberto Carneiro inaugurado a 21 de março na Trofa

CapturarA Câmara Municipal da Trofa, a Junta de Freguesia do Coronado (S. Mamede e S. Romão) e o Mestre Escultor Alberto Carneiro inauguram, no próximo dia 21 de março, pelas 11h00, data escolhida pelo autor da obra, por se tratar do início da Primavera, o Monumento “Jardim Escultura Alberto Carneiro 1997-2014”, sito na Rua Dr. David Assoreira, em S. Mamede do Coronado.

Esta grande obra de reconhecimento da natureza e à criação e fruição artística faz a homenagem ao escultor e estreita os laços que o unem ao Concelho, assumindo-se como um momento público de enaltecimento por parte da Câmara Municipal, da vida e obra deste escultor Trofense que assumiu projeção mundial, depois de ter começado em criança na arte dos santeiros.

Numa homenagem à arte e à vida, o Mestre Escultor Alberto Carneiro criou um monumento vivo que perpetua o seu nome e lega à Freguesia, que sempre foi a sua, e a todos os Trofenses, um enorme Jardim de 435 Esteios, que honra e reinterpreta a ramada, e que convida a novas viagens no silêncio dos pilares alinhados segundo o pulsar da terra, marcando o ritmo do tempo e erguendo-se como uma força da natureza no Jardim Escultura Alberto Carneiro 1997-2014.

Nesta viagem, o autor a obra confundem-se e esbatem-se, complementando-se e assumindo-se como unos na fruição do espaço e do momento.

Alberto Carneiro (São Mamede do Coronado, 1937) é um dos artistas que, nas décadas de 1960-70, abriram novos caminhos para a prática artística em Portugal.

Toda a produção artística de Alberto Carneiro se confunde com a sua própria vida e com as reminiscências do meio onde nasceu e cresceu e se descobriu como artista e criador.

Alberto Carneiro

Alberto Almeida Carneiro nasceu em São Mamede de Coronado, Concelho da Trofa, a 20 de setembro de 1937.

Em 1947 iniciou a sua aprendizagem artística como imaginário, numa oficina de santeiro, na qual trabalhou durante 11 anos.

Fez, entretanto, os estudos liceais, frequentando o ensino noturno na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, no Porto, e na Escola António Arroio, em Lisboa.

Em 1961 voltou ao Porto para estudar Escultura na Escola Superior de Belas Artes do Porto. Depois de concluída a licenciatura em 1967, partiu para Londres onde frequentou uma pós-graduação na Saint Martin’s School of Art (1968-1970). Aqui foi aluno do escultor britânico Anthony Caro e do seu mais famoso discípulo, Philip King.

Entre 1975 e 1976, anos em que estudou as formas e os procedimentos estéticos resultantes do amanho da terra, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Estreou-se a expor ainda nos tempos de estudante: coletivamente, em 1963, a título individual, em 1967, na ESBAP.

A sua atividade artística teve início na década de setenta. Foi professor de Escultura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (1972-1976), assumiu a direção pedagógica e artística do Círculo de Artes Plásticas da Universidade de Coimbra (1972-1985) e lecionou na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (1985-1994).

É autor e coautor de textos e livros sobre Arte e Pedagogia e participou em cursos, debates e seminários sobre Arte e dinâmica corporal.

Dedicou-se, também, ao estudo da Psicologia Profunda, do Zen, do Tantra e do Tao, matérias sobre as quais lecionou cursos, proferiu conferências e escreveu.

Recebeu a influência da “poética da matéria”, do filósofo e ensaísta francês Gaston Bachelard (1884-1962).

Em 1968 viajou até à antiga Jugoslávia, Áustria e Alemanha. Nos anos setenta visitou Moçambique, Angola, Brasil e, pela primeira vez, Itália, país onde regressaria em muitas outras ocasiões. Na década seguinte prosseguiu o seu ciclo de viagens pela Europa (Jugoslávia, Bulgária, Turquia, Grécia, etc.), pelos Estados Unidos da América, por Marrocos, tendo passado uma temporada nas cidades de Praga e Budapeste. Nos anos noventa viajou pela Índia, Nepal, China e Japão, onde buscou o aprofundamento dos seus conhecimentos sobre o Hinduísmo, o Taoismo, as manifestações tântricas e Zen e jardins.

Alberto Carneiro realizou mais de setenta exposições individuais e participou em mais de cem mostras coletivas, no país e no estrangeiro.

Para as “Jornadas de Arte Contemporânea do Porto”, de 1992, realizou a instalação “Uma árvore é uma obra de arte quando recriada em si mesma como um conceito para ser metáfora”; para a inauguração do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, no ano de 1993, projetou a instalação “Nas margens de um rio”, usando árvores de água e transparências de vidro; e, para a sede da Associação dos Arquitetos do Porto, produziu a escultura em granito “Sobre a água”.

Fez também esculturas para o Metropolitano de Lisboa (“Sobre as Árvores”, esculturas em bronze, datadas de 1995-1996), para a Expo 98′ (“Sobre o mar”, escultura em granito e madeira datada de 1997-1998), para a Biblioteca Almeida Garrett, no Porto (“A árvore da vida”, escultura de madeira instalada em 2001), para Chaves, um bronze, para os Jardins de Casa de Serralves (“Ser Árvore e Arte”, inaugurada em 2002).

Em 2002 iniciou a instalação do Parque Internacional de Escultura Contemporânea na vila de Carrazeda de Ansiães, para onde esculpiu uma obra que pontifica no jardim da Biblioteca local.

Fora do país também se podem encontrar esculturas da sua autoria, designadamente “The Stone garden”, no Derwenthaugh Park, em Gateshead, Inglaterra, uma escultura com árvores, pedras, terra e relva no parque Metropolitano de Quito, Equador, uma escultura no parque Sculpture in Woodland em Devil’s Glen, Ashford, Wicklow, Irlanda, uma escultura na Aldeia Folclórica Coreana, Coreia do Sul, o espaço/escultura “A casa da terra e do fogo” no caminho das esculturas do vale de Ordino, Andorra, uma escultura na cidade de Taoyuan, na Ilha Formosa, a escultura “As árvores florescem em Huesca”, Espanha, e uma escultura em Santiago do Chile.

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