A presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, visitou na segunda-feira a Anta do Vale da Laje, agora disponível para ser visitada por todos os interessados, em resultado dos trabalhos realizados pelo Município de Tomar, em colaboração com a União de Freguesias da Serra e Junceira. No decurso deste esforço conjunto procedeu-se recentemente à limpeza e desmatação do espaço da anta, um monumento megalítico de grande importância uma vez que é o mais antigo conhecido a norte do rio Tejo.
Foi tratada a envolvente e colocados no local dois painéis informativos, com textos escritos em português e inglês, contendo ainda algumas ilustrações do monumento e do espólio ali recolhido. Estes painéis foram elaborados pelos arqueólogos responsáveis pela escavação, Ana Rosa Cruz e Luiz Oosterbeek. Foi ainda instalada sinalética direccional e informativa do mesmo, estabelecendo um circuito turístico a partir do cruzamento com a EN 358 (que parte do nó de Santa Cita da A13 para o Castelo do Bode), passando por Alverangel e Casalinho.
Referenciada pelo Centro de Estudos e Protecção do Património da Região de Tomar (CEPPRT) no início dos anos oitenta do século passado, a Anta do Vale da Laje foi escavada por aqueles arqueólogos entre 1989 e 1993, pondo a descoberto este importante monumento funerário, com mais de 7500 anos. Após um longo período de limbo, em que o seu conhecimento se restringiu essencialmente ao meio académico e a alguns curiosos, é agora intenção das várias partes envolvidas dar-lhe o destaque que merece como uma das mais emblemáticas construções daquela época em toda a região. A anta é composta por uma câmara formada por cinco grandes lajes, a que se acede por um corredor estreito e mais baixo.
A toda a volta foi alinhado um círculo de lajes deitadas, com cinco metros de diâmetro, contra o qual foram construídas rampas de blocos de pedra. Ambos foram depois cobertos com terra, com lajes de pedra no topo e de novo com terra. No exterior foi construído um pátio de pequenas pedras sobre o qual se erigiu uma espécie de altar circular. Mais tarde, o monumento terá sido abandonado mas, há cerca de 6500 anos, o monumento foi reconstruído e, a toda a volta, construído um círculo de pequenas lajes intervaladas por grandes seixos de quartzo e quartzito. Graças aos seixos, quando fazia sol a anta brilhava, destacando-se ainda mais no vale.
Ao longo de quase três mil anos, foram ali enterrados cerca de noventa corpos, os quais eram acompanhados de vasos, machados, facas, flechas, placas de xisto e outros objectos em pedra, cerâmica, osso e madeira. Estes objectos podem ser vistos no Centro de Pré-História do Instituto Politécnico de Tomar e no Centro de Interpretação de Arqueologia do Alto Ribatejo (CIAAR), em Vila Nova da Barquinha.
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