A Póvoa de Lanhoso encontra-se a assinalar o Dia Municipal da Igualdade (23 de março). Este ano, esta data está a ser lembrada através da exposição Maria da Fonte, patente entre 21 e 28 de março, na Escola Secundária local; da realização de várias ações de sensibilização asseguradas pela GNR e pelo SIGO – Serviço para a Promoção da Igualdade de Género; e da realização, no dia 26, de uma palestra dinamizada pelo historiador povoense, Paulo Freitas, naquele estabelecimento de ensino.
A Póvoa de Lanhoso foi um dos primeiros municípios portugueses a instituir o Dia Municpal da Igualdade (em 2012), tendo escolhido a data de 23 de março pela ligação à revolta da Maria da Fonte, figura lendária do nosso concelho.
Com o objetivo de promover a igualdade de direitos e de oportunidades para todos e todas e sendo esta uma localidade cuja História está estreitamente ligada àquela mulher, o Executivo Municipal instituiu o Dia Municipal da Igualdade e procura sensibilizar para a temática e informar a população através da realização de distintas ações.
A Póvoa de Lanhoso é detentora de uma História que tem como símbolo concelhio a revolucionária e lendária Maria da Fonte que em 1846 contra o governo de Costa Cabral, mais tarde conde e marquês de Tomar, encabeçou a revolução popular que fez mexer o regime.
Ao longo de mais de um século, historiadores, políticos, escritores e tantos outros portugueses tentaram, sem sucesso, correr atrás da identificação da heroína da Revolução do Minho de 1846, figura e personagem ímpar na História de Portugal.
Desde o próprio ano de 1846, de Feliciano de Castilho a Almeida Garrett, passando por insignes vultos da historiografia e cultura portuguesas, alguns que pontificariam na denominada “Geração de 70” como Oliveira Martins, todos vão concorrer com Camilo Castelo Branco, sobretudo a partir de 1885, quando publica “A Maria da Fonte”.
A heroína do Minho devia ser uma mulher, honrando uma sociedade marcadamente matriarcal; anónima, enquanto elemento popular distintivo; aguerrida, interpretando a necessidade de profundas mudanças na sociedade.
As lutas da nossa heroína marcaram toda uma época, assumindo-se como um símbolo, identificado em vários continentes, que se prolonga até hoje, sublinhando lutas desiguais, expressando mais do que o simples direito à indignação, contribuindo decisivamente para a afirmação do conceito da soberania popular.
A Maria da Fonte, enquanto personagem da história, permanece hoje tão enigmática quanto as suas “façanhas” foram entendidas pelos seus contemporâneos. Símbolo de uma força feminina natural, coragem incomum e orgulho genuíno, é, ainda agora, capaz de transmitir para o futuro a ideia de posturas ou desempenhos modelares.
No Século XXI, a realidade é outra. Recuperar uma ideia pelo reconhecimento dos elementos decisivos em conjunturas adversas, de individualidades distintivas entre pares, considerando a valia de contributos para alterações políticas, sociais, culturais e de mentalidades, será o objetivo.
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