Diabólicas, carrancudas, com orelhas bicudas, barbas ou bigodes, com “cornos” e até a imitar animais, as genuínas máscaras de Lazarim voltam a sair à rua entre os próximos dias 1 e 4 de março. De sábado a terça-feira, esta tradição ancestral substitui as músicas ritmadas do Brasil e invade as ruelas desta pequena vila do concelho de Lamego para uma apresentação única de encenações antigas da cultura portuguesa. São esperados de novo milhares de visitantes para verem de perto os caretos, esculpidos em madeira de amieiro, fruto de um trabalho meticuloso de artesãos locais, dispostos a preservar a memória histórica das suas gentes e projetar Lamego em todo o mundo.
O ponto alto do Entrudo de Lazarim é, sem dúvida, a leitura dos testamentos da comadre e do compadre na terça-feira de Carnaval. Nesta altura, tapam-se os ouvidos aos mais sensíveis, pois é o momento das verdades guardadas durante todo o ano se fazerem escutar, uma missão a cargo de dois jovens, vestidos de negro, que, desenrolando lengalengas, criticam os rapazes e as raparigas da terra. Mas, regra de ouro, só os solteiros podem criticar e ser alvo de chacota.
Após os testamentos serem pronunciados, espaço para a realização de um cortejo até ao local onde o casal, representado por bonecos, é queimado simbolicamente. Atualmente, estes dois fantoches são peças de pirotecnia, que dançam e rebentam. Outro aspeto curioso destes testamentos é a atribuição de partes do corpo do burro àquele que está a ser satirizado. No final, para encerrar as comemorações do Entrudo é oferecido caldo de farinha e a feijoada a todos os presentes, ao som de uma intensa animação musical.
Organizado, em parceria, pela Junta de Freguesia de Lazarim, Casa do Povo de Lazarim e Câmara Municipal de Lamego, o Entrudo de Lazarim mantém-se o símbolo do sentir e da arte popular desta povoação, sempre em respeito pela autenticidade e pela tradição.
Se precisa de Empresa de web design pode ver a Livetech