No passado dia 1 de Fevereiro, a Câmara Municipal de Castro Marim promoveu no Centro Escolar de Altura um amplo debate sobre a temática do autocaravanismo no concelho, que contou com a participação de duas centenas de pessoas, incluindo residentes autocaravanistas e agentes económicos.
“Queremos um debate participado por todos, onde construtivamente possamos discutir o autocaravanismo enquanto atividade económica relevante para o concelho, desde as questões que se prendem com a falta de parques até à necessidade de encontrar um modelo de gestão deste tipo de turismo. Afigura-se-nos de grande utilidade ouvir as vossas opiniões sobre o autocaravanismo no concelho, para que com bom senso e equilíbrio saibamos decidir sobre uma atividade que está em franco desenvolvimento no Algarve e que nos interessa”.
Foi deste modo que Francisco Amaral, o presidente da câmara, se dirigiu aos participantes neste que é o terceiro de um conjunto de grandes debates sobre o futuro do concelho, realizados pela autarquia.
Seguiu-se a apresentação de um estudo acerca da estratégia para o acolhimento dos autocaravanistas na região, da responsabilidade dos técnicos da CCDR/Algarve, Alexandre Domingues e Alice Pisco.
O documento traça-nos o perfil do autocaravanista e o enquadramento desta atividade no Algarve. A desadequação dos espaços do autocaravanismo, os problemas de segurança a ele associados, o autocaravanismo enquanto elemento de qualificação e valorização turística da região e o seu efeito positivo no fenómeno da sazonalidade são alguns dos aspetos observados no estudo.
Outra das questões abordadas neste trabalho da CCDR/Algarve é a criação de estruturas de apoio ao autocaravanismo e a importância da legislação em vigor desde 2008, tendo já permitido , nos últimos seis anos, a construção de 12 áreas de acolhimento a autocaravanistas na região, entre elas as de Alcaria de Odeleite e Castro Marim.
Por seu turno, a vice-presidente da câmara municipal, Filomena Sintra, apresentou um inquérito realizado pela empresa municipal NovBaesuris aos autocaravanistas estacionados em Altura e Castro Marim, destinado a avaliar o impacto desta atividade no concelho, mas também a medir a permanência, os anseios e as expetativas dos autocaravanistas que nos visitam.
Ao longo de três horas de um debate vivo foram aventados um naipe de sugestões e opiniões, tendo em vista um autocaravanismo de qualidade, capaz de gerar mais valias para a economia do concelho, mas também para a notoriedade e afirmação turística de Castro Marim no exterior.
A criação de uma rede regional de acolhimento aos autocaravanistas e de um roteiro do autocaravanismo no concelho, tal como a construção de um parque de acolhimento em Altura, com infraestruturas que permitam o abastecimento de água e a descarga de esgotos e o ordenamento da área urbana de forma a combater eventuais situações de parqueamento selvagem, que em nada contribuem para uma convivência sã entre a comunidade residente e os autocaravanistas, foram algumas das conclusões do debate, que encheu por completo o refeitório do Centro Escolar de Altura.
Como Autocaravanista que sou, há mais de 20 anos, proponho que criem as tais “condições” que muitos exigem e cobrem uns 5€ por dia a cada unidade.
As áreas assim criadas permanecerão certamente vazias de interessados em dinamizar o “Turismo Local”.
Claro que deverão recorrer às Forças da Ordem para impor ordem onde reina a anarquia do quero, posso e mando de muitos dos proprietários de autocaravanas que se julgam donos do espaço, exigem condições de “acolhimento”, a título gratuito, obviamente, e ainda conspurcam e roubam electricidade e água aos locais como forma de agradecimento pelo acolhimento prestado!!!!
Se não for pela força, nunca conseguiram disciplinar este tipo de gente que age pior, muito pior, que aqueles a quem apelidam de “ciganos”!!!!
Como Autocaravanista que sou, lamento mas esta luta já tem muitos, muitos anos!!!!
Tenho pena!
José Gonçalves