Foi uma plateia interessada e participativa aquela que, na noite de quarta-feira, assistiu à palestra acerca da doença de Alzheimer, tendo como convidada a médica neurologista, Isabel Valente, do Hospital Central do Algarve, no auditório da Biblioteca Municipal.
Esta palestra promovida pela autarquia castromarinense iniciou-se com a apresentação em palco da peça de teatro “Alice”, numa magnífica interpretação de Lourdes Martins, da Companhia Teatro Experimental de Alcoutim e com encenação de Francisco Brás, que narra a história de uma mulher a quem o Alzheimer roubou o gosto de viver.
Numa análise cuidada e atenta, com uma capacidade de comunicação invulgar e uma linguagem acessível, a neurologista Isabel Valente alertou para a necessidade de preparar a velhice e de cultivar hábitos de vida saudáveis, observando que o declínio cognitivo começa a partir dos 30 anos e que os fatores de risco como a diabetes, a hipertensão ou o tabagismo são os grandes responsáveis pelos quadros de demência.
Mais à frente, a Drª Isabel Valente fez uma caracterização científica do Alzheimer, apontando os comportamentos e as angústias dos doentes que vivem com esta doença neurodegenerativa e salientando a importância do diagnóstico precoce e a tomada de consciência da mesma.
Sublinhou igualmente o papel fundamental do cuidador do doente de Alzheimer, para que o paciente tenha qualidade de vida e encare a doença com dignidade, visto que o seu tempo útil de vida, de acordo com estudos científicos elaborados, não vai além dos 15 anos.
Por último, a técnica Carminda Ferreira, da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, efetuou uma abordagem da doença de Alzheimer na ótica do cuidador desta patologia e das repercussões da mesma no seio familiar. Aproveitou ainda esta oportunidade para dar a conhecer o projeto de uma Estrutura Residencial para Doentes de Alzheimer, que a Irmandade pretende vir a construir brevemente.
No final, o presidente da câmara municipal, Francisco Amaral, mostrou-se satisfeito pela adesão da comunidade castromarinense à iniciativa, tendo feito um agradecimento especial à Drª. Isabel Valente, pela disponibilidade em deslocar-se a Castro Marim e pelos contributos e esclarecimentos que trouxe a propósito de uma doença que, nos últimos anos, tem conhecido um crescimento muito significativo junto da população, em especial, a partir dos 65 anos.
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