De 19 a 20 de outubro, Castro Verde “vive” ao ritmo de mais uma Feira de Castro. É aqui que todos os anos, vendedores apregoam, entre o fumo da castanha assada e a parafernália de gente, artigos e mercadorias numa autêntica roda-viva.
São rostos e vivências que aqui se cruzam num misto de experiências, convívio e encontro – entre familiares e amigos, comerciantes e fregueses – intensificado pelo ambiente de feira. Paralelamente será dinamizado um conjunto de iniciativas que têm como referência o valorizar da tradição e do património cultural da região através da participação dos grupos corais em mais uma Planície a Cantar, ou da viola campaniça em mais um Encontro de Tocadores de Viola Campaniça e Cantadores de Despique e Baldão, entre outras.
Instituída por Filipe II, em 1620, em resposta a uma solicitação feita pelos moradores do concelho que pretendiam obter com o rendimento dos terrádegos (imposto sobre o terreno ocupado pelas barracas e tendas dos feirantes), os fundos necessários à reconstrução da Igreja das Chagas do Salvador (ou Igreja de Nossa Senhora dos Remédios), a Feira de Castro depressa se tornou a principal feira do sul, primeiro de gado, depois de mil e uma mercadorias, manufaturas e produtos da terra, animando o comércio local e regional.
Durante dois dias e encerrando, invariavelmente, numa tradição que se perpetua no terceiro domingo de outubro e que originou o dito popular de «tão certo como a Feira de Castro», a feira mantém vivos alguns elos com o passado, como a venda de produtos do pequeno comércio e da indústria familiar, das mantas de lã, queijos e frutos secos, artefactos da latoaria, quinquilharias e loiças de barro, alfaias agrícolas e mobiliário rústico.
Com o passar dos tempos, a feira acabou por se moldar às exigências do presente e aos ditames da modernidade, tanto no comércio como na indústria do lazer e do divertimento. Porém, continua a mesma no apelo que faz ao convívio, à troca e ao encontro.