Na próxima sexta-feira, 13 de setembro, às 18h30, irá realizar-se a sessão de lançamento do livro Cunhal, Brejnev e o 25 de Abril, de José Milhazes, no Diana Bar, na Póvoa de Varzim.
De acordo com o que o historiador já avançou, o livro publica documentos sobre a “falta de autonomia” do PCP face a Moscovo, os financiamentos e a forma como a URSS “impediu” a revolução portuguesa.
“Estamos na época do Acordo de Helsínquia, assinado em agosto de 1975, e a União Soviética não queria que Portugal fosse um motivo para que falhasse a reunião de Helsínquia e que fosse posta em causa a política de desarmamento e de desanuviamento que então tinha lugar”, disse José Milhazes.
O livro inclui documentação soviética, depoimentos de protagonistas e testemunhos sobre as relações entre o PCP e Moscovo e o papel da URSS durante o processo revolucionário português.
“Os soviéticos compreendiam que, se os comunistas tentassem tomar o poder em Portugal, a NATO e os Estados Unidos iriam reagir e Portugal iria mergulhar numa guerra civil bastante sangrenta”, acrescenta Milhazes, sublinhando que o então secretário-geral do Partido Comunista Português, Álvaro Cunhal (1913-2005), não dispunha de independência política em relação ao Kremlin, o que “impediu” qualquer ação dos comunistas portugueses no 25 de Novembro de 1975.
“Eu penso que publico elementos suficientes para provar que Álvaro Cunhal não era um político autónomo. Antes de tomar uma decisão importante, Cunhal ‘aconselhava-se’. Ou seja, pedia autorização aos soviéticos. Há uma declaração de um ex-agente do KGB que falou com Cunhal depois de 1975 em que Cunhal reconhece essa ideia – de que o PCP não era autónomo”, explica o correspondente da Lusa em Moscovo. (retirado de www.noticiasaominuto.com)
José Milhazes
José Manuel Milhazes Pinto nasceu a 2 de Outubro de 1958 na Póvoa de Varzim. Em 1977, parte para a União Soviética a fim de cursar História da Rússia e assistir à “construção do comunismo”, levando a cabo os seus estudos na Universidade Estatal de Moscovo. Formado em 1983, constituiu família e ficou a residir na URSS. A 8 de Agosto de 1989, escreve a primeira crónica para a TSF e, no ano seguinte, com o lançamento do jornal Público, torna-se seu correspondente em Moscovo. Em 2002, começa também a colaborar com a SIC. A longa permanência na União Soviética e, depois, na Rússia, permitiu-lhe assistir e participar num dos períodos mais conturbados do séc. XX: a queda da “cortina de ferro” e a formação de novos Estados no Leste da Europa. Mantém o blogue www.darussia.blogspot.com, alojado no sítio eletrónico do jornal Público. (retirado de www.wook.pt)
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