Santo Tirso, Sociedade

De 19 a 23 de agosto, I Campus Internacional de Santo Tirso

Santo Tirso promove, de 19 a 23 de agosto, na Fábrica de Santo Thyrso, o I Campus Internacional de Santo Tirso sob a temática: “Low cost dwelling for the new society – utilization of existing patrimony”. Um encontro internacional que pretende abordar duas grandes questões: o atual modelo das cidades e a necessidade de gerar espaços urbanos ligados à habitação, e a necessidade de reciclar o património construído de modo a economizar recursos, não só no que se refere à materialidade física da construção de novos edifícios como também à preservação do território ainda não ocupado com edificação. Um conjunto alargado de especialistas vai refletir sobre estas questões de modo a originar propostas concretas que tenham em consideração estes problemas e se perfilem como algo importante nos próximos anos.

 

Este Campus, patrocinado pela Câmara Municipal de Santo Tirso, integra o programa da Nave Cultural financiada pela PRU Margens do Ave. Um encontro que pretende enaltecer o projeto de regeneração urbana da Fábrica de Santo Thyrso.

A Direção do Campus está nas mãos de José Manuel Pozo (Pamplona) e João Álvaro Rocha (Porto). Marcam presença neste encontro, convidados de renome como Catarina Wall (Lausanne), Juan Miguel Ochotorena (Pamplona), Nuno Valentim Lopes (porto), Cristina Guedes (Porto), Carlos Pereda (Pamplona), Ramón Sanabria (Barcelona), José Morales (Sevilha) e Francisco Mangado (Pamplona).

 

O CONCEITO

 

Do ponto de vista arquitetónico o grande problema do séc. XX, foi, indubitavelmente, a definição de novos modelos urbanos que fossem capazes de assumir e integrar o crescimento das cidades originado pela industrialização e pelos movimentos das populações que resultaram desse processo.

 

Dentro desta nova condição que as cidades adquiriram o componente mais importante na sua definição foram os grandes conjuntos habitacionais e, inseparavelmente ligado com isto, o desenho da habitação social, “os bairros operários”, da habitação para a população que, nas últimas décadas do séc. XIX, com o início da industrialização, teve que viver em condições higiénicas e de conforto muito deficitárias até aos anos 20-30 do séc. XX, na maioria dos países da Europa e América.

 

As experiências de Amesterdão, Viena e Berlim, sobretudo, geraram modelos de habitação que impulsionaram um avanço assombroso em poucas décadas e em todo o mundo. Posteriormente, outras experiências assentes nas teorias e obras de Le Corbusier, Lúcio Costa, Van Eyck, Rossi e tantos outros, as discussões dos CIAM, a Interbau de 1957, para referir apenas alguns, tiveram como resultado que nos países mais desenvolvidos o problema da construção de habitação tenha passado a ser um problema quase exclusivamente económico, sem que a sua definição em termos funcionais, higiénicos, de salubridade e de conforto apresentem qualquer dificuldade realmente consistente.

 

Este problema continua a estar por resolver em muitas áreas do planeta, tanto no que se refere às condições da habitação como também à organização das próprias cidades ou das aglomerações urbanas que se formam de um modo espontâneo, muitas vezes caótico.

É compreensível que um problema de raízes mais económicas e sociológicas que arquitetónicas não seja, neste caso, o tema abordar.

 

No entanto, existem duas questões que continuam pendentes e que, por isso mesmo, devem ser abordados.

 

De um lado, a consideração do modelo da cidades e, muito relacionado com ele, a necessidade de gerar espaços urbanos ligados à própria habitação de modo a permitir um desenvolvimento, realmente rico e intenso, da vida familiar e social (espaços para as crianças, para os idosos, para passear, estar ou para o lazer…) que responderiam ao conceito de Aussewohn raum (“espaço habitável exterior”), felizmente abordado por Bruno Taut nos anos 30 do séc. XX, para reclamar o prolongamento exterior do espaço habitável em espaços adjacentes à própria habitação.

 

Do outro lado, e sempre muito sugestiva mas nunca realmente considerada até à explosão, a uma escala universal, da atual crise económica, está a necessidade de reciclar o património construído, de modo a economizar recursos não só no que se refere à materialidade física da construção de novos edifícios como também à preservação do território ainda não ocupado com edificação.

 

 

O Campus Internacional de Santo Tirso, “Low cost dwelling for the new society – Utilization of Existing Patrimony”, está organizado em:

 

SESSÕES

Apresentação de casos de estudo de intervenções realizadas em edifícios existentes tendo como objetivo a sua reutilização para fins habitacionais. Estas apresentações serão efetuadas por profissionais de reconhecido prestígio e servirá de referência para as propostas que os alunos participantes deverão elaborar.

 

ESTÚDIO

No estúdio os alunos participantes serão organizados em grupos de trabalho devendo apresentar propostas projetuais de reutilização de um edifício existente no centro da cidade de Santo Tirso, de acordo com as condições de áreas e quantidades estabelecidas.

 

 

SESSÕES CRÍTICAS E DE DISCUSSÃO

No final de cada jornada de trabalho serão analisados e discutidos os “avanços” e o desenvolvimento das propostas no sentido de que os comentários efetuados poderão ser aproveitados para as corrigir e melhorar.

No último dia será realizada uma apresentação final dos resultados com a presença de representantes técnicos da autarquia.

 

VISITAS DE ESTUDO

Está prevista a realização de duas visitas às cidades do Porto e de Guimarães (ver Programa), com objetivo de enriquecer os conteúdos a abordar no âmbito do Campus.

 

CONFERÊNCIAS

No final de cada jornada de trabalho será realizada uma conferência (uma em cada dia) por arquitetos convidados de reconhecido prestígio internacional (ver Programa), os quais irão apresentar algumas das suas obras assim como a sua visão pessoal sobre a temática do Campus.

Estas conferências são abertas ao público em geral e no final de cada uma delas existirá um período de debate.

 

 

O PROGRAMA

 

Segunda-feira, 19 de agosto

10:00 – Apresentação do Workshop

10:30 – Apresentação do Tema

11:30 – Organização dos grupos de trabalho

12:00 – Sessão 1

A experiência de Lausanne (Suíça), Catarina Wall

13:00 – Almoço

15:00 – Estúdio

19:30 – Conferência Aberta,

Regeneração Urbana: Fábrica de Santo Thyrso, Nuno Pinto – arqt.º Câmara Municipal de Santo Tirso

 

Terça-feira, 20 de agosto

10:00 – Estúdio

10:30 – Sessão 2

Caso de estudo , Nuno Valentim Lopes (Porto)

13:00 – Almoço

15:00 – Visita de Estudo

Bairro da Bouça – Porto – Álvaro Siza Vieira (Porto)

Casa unifamiliar – Porto – João Álvaro Rocha

19:30 – Conferência Aberta , Cristina Guedes (Porto)

 

Quarta-feira, 21 de agosto

10:00 – Estúdio

10:30 – Sessão 3

Caso de estudo , Carlos Pereda (Pamplona)

13:00 – Almoço

15:00 – Estúdio

18:00 – Discussão e Crítica Intermédia

19:30 – Conferência Aberta , Rámon Sanabria (Barcelona)

 

Quinta-feira, 22 de agosto

10:00 – Estúdio

10:30 – Sessão 4

Caso de estudo, José Morales (Sevilha)

13:00 – Almoço

15:00 – Visita de Estudo

Guimarães – Reabilitação Urbana e Património

19:30 – Conferência Aberta , Francisco Mangado (Pamplona)

 

Sexta-feira, 23 de agosto

10:00 – Estúdio

13:00 – Almoço

15:00 – Estúdio

18:00 – Apresentações e Críticas Finais

19:30 – Conferência Aberta, Apresentação das Propostas

 

 

Nota: Procurar-se-á garantir que os espaços do estúdio estejam disponíveis 24 horas.

 

 

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