No âmbito da sessão de encerramento do seminário temático Crises e ruturas na História Contemporânea, que terá lugar no Centro Cultural de Vila das Aves no dia 24 de novembro (10h30), os investigadores Adélio Abreu e Sérgio Ribeiro Pinto (ambos do Centro de Estudos de História Religiosa, da Universidade Católica Portuguesa), remetem-nos para o Portugal do século XIX e para as implicações decorrentes da implantação do liberalismo nas relações entre Estado e Igreja.
A geografia diocesana em Portugal no séc. XIX: a reorganização de 1882 é o tema proposto por Adélio Abreu que, analisando o agudizar das relações entre o Estado e a Igreja em sequência da implantação do liberalismo parte depois para o «processo de adaptação e de negociação» ao regime vigente, detendo-se em três aspetos essências deste processo: «a dotação eclesiástica do clero; a redução das dioceses com o estabelecimento de uma nova circunscrição diocesana; e o encerramento dos mosteiros femininos». Questões que não se impuseram «aos governos com igual importância» e que eram olhadas de modo diverso pela Santa Sé. Se, por exemplo, «a redução das dioceses trazia consigo imediata economia de meios sem consequentes novos encargos, sendo portanto muito desejada» não é menos verdade que o processo «implicava uma menor implantação geográfica».
Sérgio Ribeiro Pinto, por sua vez, propõe para esta sessão o Enquadramento jurídico do clero paroquial na ruptura liberal do século XIX., ou, por outras palavras, «o retrato jurídico do clero paroquial e as suas implicações no estabelecimento, consolidação e crise da experiência liberal». Neste processo, o investigador diz procurar «superar as análises que se circunscrevem à ‘crise’ do clero inscrevendo-a no processo de transformação da sociedade portuguesa a caminho do séc. XX».
mais informação Sobre os investigadores
Adélio Fernando Abreu nasceu em 1970. É licenciado em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, licenciado em História Eclesiástica pela Faculdade de História Eclesiástica da Pontifícia Universidade Gregoriana e doutorado em História Eclesiástica pela Faculdade de História Eclesiástica da Pontifícia Universidade Gregoriana. É professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa. As suas áreas de especialização e interesse são: história do Cristianismo; época contemporânea; século XIX; e história da diocese do Porto. É membro do Centro de Estudos de História religiosa.
Sérgio Ribeiro Pinto concluiu em 2005 a Licenciatura (bacharelato canónico) em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e em 2008 o Mestrado em História Contemporânea pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, apresentando como dissertação final de mestrado a tese «Separação como modernidade: a Lei de 20 de Abril de 1911 e modelos alternativos». Atualmente prepara o seu doutoramento em História Contemporânea. Tem-se dedicado, na área da História contemporânea, aos seguintes temas: Primeira República; secularização e laicidade; separação entre Estado e as Igrejas; clero contemporâneo; e relações entre teologia e história.
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