Cultura, Póvoa de Varzim

Alberto Serra ensina a dizer poesia na Póvoa de Varzim

Arrancou, no passado sábado, a Oficina de Expressão Poética “Para aprender a dizer poesia”.

Perto de 15 pessoas participam na iniciativa, dinamizada por Alberto Serra, que se realiza aos sábados, até ao Correntes d’Escritas (fevereiro 2013) entre as 10h00 e as 12h30, no Museu Municipal. Irá culminar com uma sessão de poesia na 14ª. Edição do Encontro de Escritores de Expressão Ibérica.

A Oficina destina-se a professores, animadores e funcionários de bibliotecas, jovens e outros interessados em suma, todos os que gostam de poesia e querem aprender a dizer poesia (os participantes devem apresentar-se nas sessões vestidos de forma informal para melhor exercitarem dizer poesia).

«A implementação de uma Oficina de Expressão Poética alicerça-se num conjunto de práticas que aprofundem a educação para a cidadania despertando ao mesmo tempo, em formandos e formadores, o gosto pela poesia portuguesa, “a mais alta expressão da nossa cultura”. Digamos, que a poesia assume aqui um papel relevante como instrumento de animação.

Dar voz aos versos

Se a poesia excede, em muitos aspetos, a própria literatura adquirindo um sentido absoluto mais próximo do reino da mágica, os participantes são convidados a integrar uma Oficina de Expressão Poética.

Nesta Oficina, aprofundar-se-á o prazer da leitura em voz alta.

Como refere um conceituado cardiologista,” ler poesia em voz alta melhora a função respiratória e mantém a tonicidade dos músculos faciais, evitando a flacidez da face. O efeito relaxante da poesia pode ser benéfico não apenas para o controle do stress mas também para prevenção de doenças cardíacas e de doenças relacionadas com o ritmo respiratório irregular”.

Claro que esta dimensão terapêutica é apenas um elemento a ter em conta, nas muitas funções desta Oficina de Expressão, que procurará, antes de tudo, divulgar e interpretar poemas de autores fundamentais da poesia contemporânea portuguesa.

Mas o prazer muscular, o efeito desinibidor, uma certa atmosfera catártica que a leitura da poesia em voz alta proporciona, são aspetos que não devem ser desprezados (principalmente nesta altura em que estamos mais apreensivos e até com baixa autoestima).

O poeta Eugénio de Andrade lembra, a propósito do ensino da poesia: ” todas aquelas palavras aguardam uma voz para tomarem forma e figura. Voz que terá em conta o que é inerente ao próprio poema: tom, ritmo, acentos, pausas e, até, dissonâncias. Depois, sem a menor ênfase, como quem fala de amigo para amigo, quem lê deve deixar-se levar por essa música, pura delícia sem caminho.”»

A metodologia de trabalho assenta em três unidades: Unidade Um (Exercícios de dinâmica de grupo; Exercícios de confiança e desinibição; Conhecimento do outro; Jogos de ritmo e de motricidade; Noção de espaço); Unidade Dois (Centros vitais de tensão; Respiração e colocação de voz; Autocontrole (Riso e Postura); Coordenação motora); Unidade Três (Improvisação a partir de: poemas, objetos, imagens e sons; Leitura e dramatização de textos poéticos).

 

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