A Revista Terras de Antuã continua a surpreender com novos dados sobre a história do concelho de Estarreja. Esta 6ª edição apresenta, por exemplo, uma tese diferente sobre a origem do étimo de Estarreja, que será proveniente de UISTORÉGIA, nome de uma dama, mulher de armas e possuidora de várias “vilas” a sul do Douro, conforme defende o autor Antonino Fernandes. Os assuntos são diversificados e em comum têm um objetivo: perpetuar as memórias, preservar e valorizar o património e a história do concelho de Estarreja.
Comemorando uma data histórica para o concelho, os 493 anos da outorga de Foral à vila de Antuã, por D. Manuel I em 15 de novembro de 1519, a Câmara Municipal de Estarreja apresentou a 6ª edição da Revista “Terras de Antuã – Histórias e Memórias do Concelho de Estarreja”, no passado sábado, dia 17 de novembro, nos Paços do Concelho, com a presença de dezenas de pessoas a assistir e a participar com questões e sugestões na parte final aberta ao público, como já tem vindo a acontecer desde o primeiro número.
“Reunir histórias perdidas e memórias desconhecidas” tem sido o desafio desta publicação anual conforme referiu o presidente do Município, José Eduardo de Matos, muito satisfeito por “ver os Paços do Concelho cheios”. “As histórias têm-se vindo a renovar”, havendo matérias que surpreendem.
“Ao longo destas 6 edições, publicamos mais de 1550 páginas, cerca de 770 imagens e 75 artigos de 53 autores”, sintetizou Delfim Bismarck, diretor da revista. A diversidade “enriquece a publicação e é uma forma de perpetuar para o futuro todos estes estudos elaborados por pessoas muito diversas”. Este projeto “enriquece o património de Estarreja, chamando a atenção para ele, dignificando-o, salvaguardando-o e levando para a memória futura”, sublinha o responsável.
Ao longo de 11 artigos, as páginas desta edição falam sobre a bateira erveira, embarcação típica do concelho, as fábricas de lacticínios existentes nos concelhos de Estarreja e Murtosa, o património cinéfilo do concelho de Estarreja ou sobre as figuras de Tavares da Silva, referência no futebol nacional, e de Francisco Farinhas, construtor civil e desenhador de casas marcando com o seu traço toda a região.
Com honras de capa, é homenageado António Madureira no centenário do seu nascimento. Sendo natural de Silves, o Dr. Madureira fixou residência em Estarreja em 1936, deixando um legado único, a Casa-Museu Solheiro Madureira, que dedicou à sua mulher D. Marieta Solheiro. Para breve está prevista a publicação de “um volume com informações biográficas sobre a vida e obra do Dr. Madureira e o legado que deixou no concelho”, anunciou Delfim Bismarck, também conservador do espaço museológico situado na cidade estarrejense.
Historiador José Mattoso é um dos 11 autores da 6ª edição
Esta revista não seria possível sem a colaboração dos investigadores locais, professores universitários e interessados, reconhecendo-se “publicamente o mérito de se dedicaram a matérias difíceis, complexas, muito trabalhosas”, enalteceu José Eduardo de Matos. Este ano, entre “tanta gente cheia de boa vontade, capacidade e conhecimento”, encontra-se o historiador José Mattoso, “o maior divulgador e defensor do património cultural português em Portugal e no mundo”, honrando o Município com a sua presença na sessão de sábado à tarde. Autor de uma extensa bibliografia e especialista em História Medieval portuguesa, José Mattoso escreve na revista de Estarreja sobre “O Património e o seu papel cultural no contexto local e regional”.
José Mattoso foi recentemente vencedor em ‘ex-aequo’ do Prémio Nuno Viegas Nascimento 2012, atribuído pela Fundação Bissaya Barreto, com o trabalho ‘Património de Origem Portuguesa no Mundo: Arquitetura e Urbanismo. Património de influência Portuguesa’.
“Este sentido de defendermos aquilo que é nosso é uma marca muito importante e uma herança fortíssima” do historiador português, salientou José Eduardo de Matos, tratando-se de um ensinamento de enorme significado em Estarreja que ganha forte expressão com a revista “Terras de Antuã” desde 2007.
Para além dos 11 artigos, a revista contém imagens antigas e textos publicados ao longo do século XIX, reproduzindo o que muitas pessoas foram dizendo sobre Estarreja em diferentes períodos.
A Revista está disponível para venda na Biblioteca Municipal e na Casa da Cultura de Estarreja pelo valor de 6€.
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