Os vereadores José Soares e João Soares, da Câmara Municipal do Tarrafal, em Cabo Verde, estiveram no concelho da Marinha Grande no passado dia 19 de outubro, para avaliarem e consolidarem novas formas de parceria, no âmbito da geminação entre os dois territórios.
Os autarcas foram recebidos no Salão Nobre dos Paços do Concelho pelo Presidente da Câmara da Marinha Grande, Álvaro Pereira, que elogiou o trabalho que tem sido desenvolvido pelos dois municípios e enalteceu a importância desta cooperação como forma de estreitar laços institucionais e fomentar o intercâmbio económico.
O presidente salientou que é preciso estar alerta e não deixar escapar quaisquer ensejos que levem a trocas comerciais, pelo que se revestem de grande importância todos os contactos institucionais entre Marinha Grande e outros territórios.
O programa foi iniciado com uma visita à empresa Palmolde. Os autarcas cabo-verdianos conheceram o modo de funcionamento da empresa de moldes, avaliaram formas de parceria e observaram trabalhadores de Cabo-Verde, um destes com deficiência, em contexto de trabalho na Palmolde.
Seguiram para Leiria, onde foram recebidos pela Presidente da Câmara Municipal em exercício, Lurdes Machado. Já no Instituto Politécnico de Leiria, reuniram com o seu Presidente, Nuno Mangas, e avaliaram, em conjunto, o acordo de cooperação entre ambas as instituições, visando a sua eventual atualização.
Durante a tarde, os vereadores do Tarrafal reuniram com responsáveis pela Escola Profissional e Artística da Marinha Grande, para fazer o balanço da integração dos alunos cabo-verdianos que têm frequentado aquele estabelecimento de ensino.
Municípios formalmente unidos desde 2008
O Município da Marinha Grande e o Município do Tarrafal, na Ilha de Santiago, Cabo Verde, assinaram, a 15 de janeiro de 2008, no Tarrafal, e a 18 de Janeiro de 2008, na Casa-Museu 18 de janeiro de 1934, na Marinha Grande, um protocolo de geminação. O acordo é fundamentado não apenas por laços históricos culturais e linguísticos que unem as duas comunidades mas, também, no facto de se tratarem de duas importantes referências que se cruzaram na luta contra o regime repressivo e colonial português.
A exemplo de outros tantos resistentes portugueses e africanos, os marinhenses, na sequência da revolta ocorrida em 18 de janeiro de 1934, em diversos pontos do país e em particular na Marinha Grande, foram particularmente visados pela brutal repressão que se lhe seguiu, tendo culminado na deportação de dezenas destes revoltosos para a tristemente célebre “Colónia Penal do Tarrafal”, destinada a albergar presos políticos, onde alguns vieram a falecer.
A 27 de setembro de 2008, na Marinha Grande, constituiu-se a rede de cooperação intermunicipal com o Tarrafal, que envolve os municípios portugueses da Amadora, Fundão, Grândola, Marinha Grande, Moita, Montemor-o-Novo, Nisa, Setúbal, Vila Real de Santo António e Tarrafal, da Ilha de Santiago em Cabo Verde.
Esta rede visa, essencialmente, promover e desenvolver trocas de experiências e de conhecimentos em domínios, como a administração autárquica, empreendedorismo empresarial, cultura, educação, juventude, desporto, saúde, ação social, planeamento e urbanismo, proteção civil, assim como, nas áreas do ambiente e turismo, com o objetivo último de contribuir para uma melhor qualidade de vida das populações dos Municípios subscritores deste acordo e do Município do Tarrafal.
Neste âmbito, terá lugar a 26 de outubro, o “1º Fórum de Cooperação, Cidades e Instituições Geminadas com Tarrafal”, no Município da Moita, que contará com a presença de autarcas do Tarrafal.
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