Foi com emoção, nostalgia e a certeza da força e da determinação dos bombeiros na hora de enfrentar os desafios futuros, que se comemoraram os 50 anos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Baião. Familiares e amigos dos bombeiros e da instituição acorreram, em grande número, à vila de Baião para felicitarem os dirigentes e os bombeiros do corpo ativo e do quadro de reserva que escreveram as bonitas e heroicas páginas da vida de uma das mais importantes associações do município.
A jornada comemorativa contemplou a entrega de diversas condecorações à Associação Humanitária e aos elementos do corpo de bombeiros; a demonstração de um exercício de salvamento por cordas; um desfile apeado e motorizado; e várias intervenções e discursos. As diferentes intervenções manifestaram o regozijo pela forma como os Bombeiros Voluntários de Baião foram capazes de se tornar uma das mais capazes e prestigiadas corporações nacionais, sendo outra tónica dominante a evocação daqueles que perderam a vida ao serviço dos bombeiros.
O presidente da Câmara Municipal de Baião, José Luís Carneiro, evocou as suas lembranças, para dar um testemunho pessoal da forma como os Bombeiros de Baião têm feito um percurso contínuo de “qualificação, formação e modernização”, no intuito de melhor servirem a comunidade local. O autarca referiu os bombeiros de Baião e de Santa Marinha do Zêzere “como bons exemplos do espírito de fraternidade essencial à comunidade baionense. É difícil imaginar o concelho sem estas duas corporações”, referiu.
José Luís Carneiro anunciou que a Câmara Municipal irá atribuir a Medalha de Ouro do Município à corporação e acrescentou que o município irá suportar a comparticipação nacional relativa à aquisição de uma nova viatura de combate a incêndios, o que se traduz num apoio de 35 mil euros.
“Ao longo dos últimos sete anos os apoios diretos ou indiretos da Câmara Municipal de Baião às duas corporações do nosso concelho totalizam 500 mil euros. Queremos continuar a estar presentes e a ser um alicerce fundamental da vida destas associações humanitárias, que cumprem um importante serviço público”, observou.
Antes, tinham usado da palavra o presidente da direção e o comandante dos Bombeiros, respetivamente, Augusto Freixo e José Costa. O primeiro relembrou os tempos idos de 1961, quando um grupo de baionenses apoiados pelo presidente da Câmara Municipal de então, Manuel de Castro, começou a dar corpo à corporação de bombeiros. Aludindo aos momentos bons e menos bons da história da instituição, Augusto Freixo reportou-se ao presente, assumindo “a preocupação com os crescentes custos e com a redução das receitas da instituição, que são causadores de dificuldades financeiras”. E terminou lançando um apelo ao presidente da Câmara Municipal de Baião, para que ajude a corporação a levar a “Nau a bom Porto”.
José Costa também focou a difícil situação das corporações de bombeiros que vivem com a “corda na garganta” e a situação concreta dos bombeiros “que têm vindo a perder regalias e quase que têm que pagar para serem voluntários”. Dizendo-se privilegiado por ter a honra de ser o comandante dos bombeiros voluntários no ano em que a corporação cumpre os seus 50 anos de existência, José Costa deixou “palavras especiais” de agradecimento para os familiares dos bombeiros “que são quem sofre mais na ausência destes” e para todos os bombeiros “que são o corpo e a alma da instituição”.
Da mesa de honra da sessão solene fizeram ainda parte o presidente da Assembleia Geral dos Bombeiros Voluntários de Baião, João Paulo Silva, o representante da Liga Nacional de Bombeiros, José Morais, o representante da Autoridade Nacional de Proteção Civil, José Oliveira, o Comandante Distrital de Operações de Socorro, Teixeira Leite, o presidente da Federação Distrital de Bombeiros do Porto, Joaquim Miranda e o presidente do Conselho Fiscal dos Bombeiros Voluntários de Baião, Ovídio Azevedo Pereira.
João Paulo Silva e José Morais evidenciaram, respetivamente, o prestígio e o reconhecimento que os Bombeiros Voluntários de Baião detêm junto da comunidade local e a nível nacional.
José Miranda disse que Baião é um exemplo a nível nacional da forma como os municípios devem apoiar as forças de proteção civil, já que se encontra entre os cinco primeiros em termos de atribuição de apoios “per capita”. O responsável distrital dos bombeiros salientou, ainda, a distorção existente na atribuição de meios e de recursos a nível nacional, já que o distrito do Porto é aquele que mais bombeiros têm, mas recebe metade dos recursos do distrito de Lisboa.
José Oliveira, em representação da Autoridade Nacional de Proteção Civil lançou um “justo reconhecimento” pelo papel que os Bombeiros Voluntários de Baião têm desempenhado no socorro e no apoio às comunidades locais. Este responsável observou que o Estado “tudo fará para continuar a apoiar as corporações de bombeiros, pois estas são a espinha dorsal do sistema de emergência e socorro”.